Após vice da Libertadores, Renato Gaúcho fala sobre futuro no Flamengo: “Decisão é da diretoria”

Foto: GE

Após perder a final da Libertadores por 2 a 1 para o Palmeiras, neste sábado, Renato Gaúcho concedeu entrevista coletiva no Uruguai e analisou a derrota mesmo com o alto investimento feito pelo Flamengo na temporada. Perguntado sobre o futuro no clube, o treinador deixou a decisão para a diretoria.

– Na vida você vai ganhar ou perder, ainda mais se tratando de decisão. Todos os clubes procuram fazer investimento. Infelizmente nessas últimas competições ainda não conseguimos dar um título para o nosso torcedor, mas é um grupo vencedor. Não vai ganhar tudo, o adversário também vai ganhar. Mas não podemos falar que não é um clube vencedor. Importante foi que nesse tempo todo procurei dar o máximo de mim juntamente com meu grupo.

“Meu contrato termina no próximo dia 30, essa pergunta deve ser feita ao presidente, para o Marcos Braz, para a diretoria. A decisão agora é da diretoria”.

Esta é a segunda final de Libertadores que Renato Gaúcho perde como técnico. Em 2008, no comando do Fluminense, ele foi derrotado para a LDU-EQU, nos pênaltis, no Maracanã. Em 2017, o técnico foi campeão da competição com o Grêmio.

Renato Gaúcho chamou atenção para o desgaste do Flamengo, que jogou três competições e conviveu com a pressão nos últimos meses. O treinador ainda livrou Andreas Pereira da culpa pela derrota. O volante falhou no início da prorrogação em lance que terminou com o gol de Deyverson.

– Nessas horas é fácil virem as críticas, são críticas normais, a gente está acostumado. Mas ninguém vai levar em consideração que nesses últimos três meses estávamos disputando três competições, tínhamos que vencer, vencer ou vencer… Tivemos que deixar alguns jogos do Brasileirão jogando com um time um jogo, outro jogo com outro time justamente por conta dessa final. E conseguimos. Conseguimos recuperar os jogadores, mas infelizmente não conseguimos o resultado. Não faltou entrega. Tudo que nós poderíamos ter feito, o torcedor pode ficar tranquilo, que a gente fez. O Palmeiras também foi merecedor, é muito bem treinado pelo Abel Ferreira.

“Foram detalhes. Não vamos culpar o Andreas. Falei que só erra quem está dentro. Se tem um culpado sou eu. Na final só vai ter um vencedor”.

Quando ainda era comandante do Grêmio, Renato Gaúcho afirmou que o Flamengo tinha a obrigação de vencer por ter feito um investimento de R$ 200 milhões. Nesta noite, o técnico, que hoje tem um elenco caro nas mãos, foi lembrado sobre essa declaração.

– Na época o Flamengo disputava as duas competições (Brasileiro e Libertadores) e não tinha ninguém no departamento médico. Em três, quatro meses, o Flamengo disputou três competições, era final a cada três dias. Vai ver quantos minutos, acredito que poucos, que a equipe principal jogou junta. Oito minutos? Está dada a resposta.

A delegação rubro-negra retorna nesta madrugada para o Rio de Janeiro. Na próxima terça-feira, às 20h, no Maracanã, o Flamengo vai receber o Ceará, pela 36ª rodada do Brasileirão. O time é o segundo colocado, oito pontos atrás do líder Atlético MG

Outras declarações de Renato:

Gol cedo

– A semana toda treinamos essa jogada do Palmeiras. O Scarpa na esquerda não surpreendeu, tanto é que até treinei minha equipe pra jogar com uma linha de cinco. Infelizmente pra gente, eles encontraram esse contra-ataque, um espaço, acharam um gol, o que deu uma tranquilidade maior ao Palmeiras, já que vieram para jogar fechados. Deu confiança pra eles, se fecharam ainda mais. Conseguimos buscar o empate, mas no nosso melhor momento, infelizmente, nós cometemos um erro, tomamos o segundo gol. Tentamos buscar pelo menos o empate, mas infelizmente não deu.

Dificuldades de criação

– No futebol é muito mais fácil destruir que construir. Palmeiras joga fechado, linha de cinco atrás, mudou esquema para nos enfrentar. Teve contra-ataque sempre rápido. Tomamos gol no início. Jogamos o tempo todo no campo deles, criamos, mas final é final. Palmeiras se fechou, não deu espaço, e o que mais queriam era achar o gol. Isso deu confiança a eles. Mesmo assim gostei da minha equipe, ela jogou bem. Repito, no futebol destruir é fácil, construir que é difícil. Com pouco espaço, as coisas ficaram difíceis.

Críticas

– Lógico que estamos tristes, o torcedor está triste, nós estamos muito tristes com a derrota de hoje. Infelizmente no Brasil só é bom quem ganha. Se hoje o Flamengo tivesse ganhado iam perguntar se eu iria renovar para o ano que vem. Como não ganhou, em 120 minutos, o técnico já não é bom. Eu já estou vacinado. Em 2008, quando fui vice-campeão com Fluminense, todo mundo achou que não íamos passar da primeira fase, depois era todo mundo muito bom, e no dia seguinte ninguém prestava. Quem não ganha, no dia seguinte não é bom. Mas ainda tenho esperança que algum dia melhore.

Redação do ge — Montevidéu, Uruguai

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