A invasão russa da Ucrânia não tem entre seus objetivos derrubar o governo do presidente Volodimir Zelenski, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta quarta-feira, 9, dia em que a guerra completa duas semanas.
A fala demonstra certa mudança no tom adotado sobretudo no começo da guerra, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro pelo presidente Vladimir Putin com o objetivo declarado de “desnazificar” a Ucrânia, em meio a acusações de que a gestão Zelenski tinha associações com grupos neonazistas.
De acordo com Zakharova, a Rússia espera alcançar progressos mais significativos na próxima rodada de negociações com a Ucrânia, acrescentando que a operação militar da Rússia está seguindo estritamente seu plano.
Além disso, Zakharova acrescentou que a Rússia já teria recebido mais de 140 mil ucranianos em seu território desde a chamada “operação militar especial” na Ucrânia. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 2 milhões de refugiados já deixaram a Ucrânia até o momento.
A porta-voz russa defendeu que a guerra tem saído conforme o planejado, contrariando analistas que apontam dificuldades maiores do que as previstas pelos russos a princípio. Ela afirmou também que a Rússia nunca ameaçou a Otan, mas que o país deve reagir aos “movimentos de confronto” da aliança.
Em entrevista cheia de denúncias contra países ocidentais, que fecharam o cerco contra Moscou, a porta-voz ainda acusou os EUA de financiarem laboratórios na Ucrânia para desenvolver “componentes de armas biológicas”, nos quais haveria amostras de cólera e antrax, entre outros elementos letais. Um porta-voz do Pentágono afirmou que “essa desinformação russa absurda é patentemente falsa”. (A Tarde)