O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação de Jair Bolsonaro afirmando que seu governo cometeu genocídio durante a pandemia de Covid-19 e diante da crise humanitária que assola os Yanomami.
“Ele deve ser julgado, em algum momento, por genocídio, não apenas pelo caso dos Yanomami, mas também pela Covid-19”, destacou Lula, que completou citando as ações adotadas pelo governo no início da pandemia. “Ele preferiu comprar cloroquina, preferiu falar que, com a vacina, a pessoa virava jacaré. Ele disse as maiores barbaridades”, pontuou em entrevista à RedeTV!.
Lula afirmou ainda que Bolsonaro foi o responsável por orquestrar os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, no último dia 8 de janeiro. “Esse cidadão [Bolsonaro] preparou o golpe. Eles queriam fazer aquela bagunça no dia 1º de janeiro, mas perceberam que não dava, pois havia muita segurança e pessoas na rua. Tenho certeza que Bolsonaro participou ativamente disso e está tentando participar. Ele é um cidadão, quase que um psicopata. Bolsonaro, em algum momento, precisa ser julgado!” declarou o presidente.
Ao longo da entrevista, o presidente falou também da crise na Americanas; reeleição de Lira e Pacheco e política externa; confira resumo publicado pela Rede TV!
Crise na Americanas
Ao citar sobre a fraude bilionária nas Americanas, que teve sua dívida elevada para R$ 47,9 bilhões na quarta-feira (1º), o atual chefe do Executivo criticou Jorge Paulo Lemann, acionista da varejista. “Não é nem pedalada, é motociata. Lemann era vendido como suprassumo e empresário bem-sucedido. Falava todo dia contra a corrupção e, agora, ele comete uma fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões”, ressaltou.
Lula mencionou que, quando o governo fala sobre aumentos sociais, há grande oscilação no mercado financeiro, diferente de quando existem fraudes como essas “o mercado não fala nada, fica em silêncio”.
Reeleição de Lira e Pacheco
Segundo Lula, a reeleição de Arthur Lira foi importante para as futuras negociações de propostas. “Nós entendemos, enquanto partido e governo, que é importante a manutenção do Lira para Presidência, porque a gente não precisará colocar alguém com pouco experiência […] Tem que ter a competência de articular e de conversar. Lira será uma peça importante, assim como será o Pacheco no Senado. É importante que a gente saiba que essas pessoas podem contribuir de forma decisiva para fazer as mudanças que temos que fazer”.
Política externa
Ao longo da entrevista, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, Kennedy Alencar também argumentou com o presidente sobre o reposicionamento do Brasil na política externa, proporcionado por Lula em apenas um mês de governo.
Lula destacou os principais pontos que discutirá com o presidente norte-americano Joe Biden, durante viagem aos Estados Unidos. “Tenho interesse em discutir com o presidente Joe Biden a relação comercial entre Brasil e EUA. Portanto, entra o debate de comércio e econômico. Tenho interesse em discutir a relação da América do Sul e, sobretudo, sobre o Mercosul,” ressaltou. (bahia.ba)