Anúncios fraudulentos aumentam 35% após recuo do governo sobre regras do Pix

Mais de 40% desses anúncios usavam perfis falsos que se passavam por contas oficiais do Governo Federal.

Um levantamento do NetLab, Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da UFRJ, revelou um aumento de 35% nos anúncios fraudulentos em plataformas da Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) após o governo federal revogar as novas regras de envio de informações de transações via Pix à Receita Federal.

A pesquisa analisou 1.770 anúncios entre os dias 10 e 21 de janeiro, constatando que 95,5% das fraudes envolviam falsas promessas de saques de dinheiro, mediante pagamento de uma suposta taxa ao governo. Mais de 40% desses anúncios usavam perfis falsos que se passavam por contas oficiais do Governo Federal.

Além disso, os conteúdos utilizaram deepfakes – imagens geradas por inteligência artificial – de figuras públicas, como o ministro Fernando Haddad, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o deputado Nikolas Ferreira. Após o recuo do governo, os anúncios com deepfake de Nikolas Ferreira se intensificaram, representando 31% das fraudes encontradas.

Bruno Mattos, coordenador de projetos do NetLab, explica que identificar deepfakes está se tornando mais difícil devido à sofisticação da inteligência artificial. Ele sugere que usuários fiquem atentos a falas artificializadas, como movimentos labiais desalinhados e entonação robótica.

A Meta não comentou sobre medidas de segurança, mas, no início do ano, Mark Zuckerberg anunciou mudanças na política de moderação da empresa, incluindo o fim do programa de checagem de fatos e a remoção de restrições para temas como migração e gênero.

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