Com a busca por um estilo de vida mais saudável, muitas pessoas aderem a treinos aliados ao consumo de creatina e suplementos de proteína. No entanto, especialistas alertam que o uso desses produtos nem sempre garante os resultados esperados.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o especialista em nutrição e exercícios Bruno Gualano destacou a importância de se basear na ciência para entender o real impacto dos suplementos. Segundo ele, há um limite para a absorção de proteínas pelo organismo, e a ingestão excessiva pode não trazer ganhos proporcionais de força e massa muscular.
“Para quem já consome uma quantidade muito grande de proteína, a suplementação adicional não terá um efeito significativo”, afirmou Gualano. Ele explica que a dieta regular já pode ser suficiente para atingir a quantidade ideal desse nutriente.
“A população brasileira costuma consumir, em média, 1,3 grama de proteína por quilo corporal por dia, o que facilita alcançar o consumo adequado apenas com a alimentação”, acrescentou.
Por outro lado, a creatina tem eficácia comprovada cientificamente e é um dos suplementos mais estudados. No entanto, seu uso é mais indicado para atividades de alta intensidade e curta duração, como corridas de 100 metros, futebol, vôlei e basquete.
“A creatina funciona como um tanque extra de combustível, sendo útil em momentos que exigem energia rápida”, explicou o professor.
Diante disso, especialistas recomendam que o consumo de suplementos seja avaliado individualmente, considerando a real necessidade de cada pessoa e evitando gastos desnecessários com produtos sem eficácia comprovada.