Articuladores do PT estão defendendo que o governador Rui Costa (PT) passe a frequentar pelo menos alguns encontros do partido a fim de se aproximar mais da militância. Eles argumentam que, devido à origem sindical, Rui nunca deu muita pelota para os debates internos da legenda.
Na condição de governador, no entanto, o afastamento teria se aprofundado, o que, agora, quando será necessário exercer sua liderança para influir na escolha do candidato de seu grupo político à Prefeitura de Salvador, pode se tornar uma dor de cabeça para ele e a cúpula da legenda.
Cresce nos setores do petismo devotados à causa de derrotar o grupo do prefeito ACM Neto (DEM) em 2020 a idéia de que é necessário a estruturação de uma candidatura única do grupo que não precisa ser necessariamente do PT, projeto para o qual a atuação de Rui, principalmente sobre o próprio partido, eles julgam ser fundamental.
O time preocupado com as consequências do posicionamento de Rui recorda, inclusive, de como ele difere do estilo adotado pelo senador Jaques Wagner enquanto era governador do Estado. Wagner não ficava muito tempo nos encontros com militantes, mas ia praticamente a todos.
O mais interessante, eles recordam, era a estratégia usado pelo então governador para compreender o que se passava no PT. Ele sugeria que colocassem para falar em sua frente pelo menos quatro ou cinco daqueles petistas demolidores, que costumavam, conforme ele mesmo dizia, “chutar o pau da barraca”.
Em seguida, depois de captar o que se passava com os radicais, ele então discursava e depois “abria o gás”. “Por isso, Wagner sempre soube o que se passava no partido. Ninguém nunca o emprenhou pelo ouvido nem ele chegou a ser surpreendido seriamente”, diz uma liderança petista.
Política Livre / Raul Monteiro