O uso exagerado de descongestionante nasal pode trazer sérios riscos à saúde como taquicardia, hipertensão e insônia. O medicamento, que desobstrui as vias nasais, pode prejudicar as laterais na narina. Quando o nariz entope, a mucosa que reveste a narina fica inchada e dificulta a respiração. O medicamento possui um mecanismo que contrai os vasos sanguíneos dos cornetos, devolvendo a sensação de alívio por até seis horas.
Segundo o presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Márcio Nakanishi, essas substâncias vasoconstritoras não agem somente na região nasal, o efeito constritor pode ocorrer também em outras partes do corpo. “O vasoconstritor pode fechar os vasos do coração e aumentar a pressão, levando a uma hipertensão”, exemplifica Nakanishi.
Muitas pessoas se consideram viciadas no remédio, mas o correto é chamar a dependência de “efeito rebote”, isso porque, ele traz a sensação de alívio imediato, mas quando o efeito passa, o nariz volta a entupir. Quanto mais usa, maior a necessidade de usar para manter a sensação de alívio. O uso crônico reduz o tempo de efeito do remédio, fazendo com que o nariz entupa mais rápido.
De acordo com o presidente da Sociedade de Otorrinolaringologia do Rio de Janeiro, Miguel Tepedino, é fundamental consultar um otorrinolaringologista para tratamento contra o “efeito rebote”. “É preciso avaliar se o nariz está obstruído só pela dependência, porque o paciente usou o descongestionante uma vez em que estava resfriado e depois continuou usando, ou porque ele tem algum outro problema que desconhece, como desvio de septo. Nesse último caso, só parar com o descongestionante não vai resolver o problema, porque a pessoa continuará respirando mal”, explica Tepedino.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2016, informou que o uso de descongestionantes nasais devem ser evitados em pessoas com doenças cardíacas, hipertensão, doença de tireoide, diabetes, rinite crônica e glaucoma. Ainda segundo o alerta, a situação é ainda mais séria em crianças, o uso, especialmente em superdosagem, pode causar náuseas, cefaleia, hipertensão, hipotensão, depressão do sistema nervoso central com diminuição acentuada da temperatura do corpo, bradicardia, sudorese, sonolência e coma. (BN)