Amazon confirma que não deleta áudios de quem usa assistente

Logotipo da Amazon numa loja em Nova York. 14/2/2019. REUTERS/Brendan McDermid Foto: Reuters

A Amazon confirmou os temores de especialistas de segurança e ativistas por privacidade no mundo digital: a companhia mantém áudios e transcrições de tudo o que seus clientes conversam com sua assistente de voz, Alexa. O conteúdo só é deletado se o usuário ativamente pedir por isso no app da Alexa ou no hub de privacidade da ferramenta – caso contrário, o conteúdo permanece indefinidamente nos servidores da companhia.

A confirmação está numa carta enviada em 28 de junho pela companhia ao senador americano Chris Coons, que em maio pediu explicações sobre o funcionamento da assistente. Além disso, parte das interações entre o usuário e a Alexa nunca são deletados.

Segundo a carta, a empresa também mantém cópias das ações tomadas pela assistente após escutar os pedidos dos usuários – por exemplo, se alguém pede um Uber, o áudio do pedido pode ser apagado, mas a ação da Alexa para acionar o app de carros continua registrada. Essas ações não podem e não são apagadas.

Além disso, a companhia afirma que desenvolvedores independentes que utilizam a Alexa podem manter cópias dos áudios – a Amazon afirma que isso é necessário para que outros aplicativos utilizem a ferramenta. As informações guardadas nos servidores sempre ficam associadas ao usuário, nunca são anonimizadas, pois, segundo a Amazon, isso pe necessário para que a pessoa consiga acessar os próprios dados.

A resposta não agradou o senador. Em um comunicado, ele disse que a Amazon deixa aberta a possibilidade de que as transcrições não são deletadas dos servidores, mesmo depois que um usuário tenha deletado o registro de usa própria voz. “O que é pior: ainda não está claro a extensão de como isso é compartilhado com terceiros, e como essas partes usam e controlam a informação”, diz parte do comunicado.

A Alexa sempre foi alvo de preocupação entre ativistas e usuários pelo trato de dados e informações. No último mês de abril, a Bloomberg revelou que funcionários da Amazon ouviam os áudios dos usuários.

Estadão

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