Anvisa autoriza ampliação do número de voluntários para teste da vacina de Oxford no Brasil

Vacina desenvolvida pela farmacêutica Astrazeneca em parceria com Universidade de Oxford. — Foto: Reuters/Dado Ruvic

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta terça-feira (15), que mais 5 mil voluntários participem da fase 3 do estudo clínico da vacina de Oxford no Brasil. Com essa permissão, o país terá 10 mil voluntários na última etapa de testes do imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pela universidade em parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

O perfil dos voluntários permanece o mesmo, a novidade é que agora não haverá mais limite de idade e os idosos acima de 70 anos terão prioridade. Também serão abertos três novos centros de aplicação dos testes no Brasil.

De acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o recrutamento de voluntários e a aplicação da vacina acontecerão em Natal (RN), pelo Centro de Pesquisas Clínicas de Natal (CPCLIN), em Porto Alegre (RS), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e em Santa Maria, também no RS, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Os outros três centros já existentes — em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia — continuarão recebendo voluntários.

Perfil dos voluntário

Não haverá uma divisão exata do número de voluntários em cada local. Será feito livre recrutamento, até que sejam alcançados os 5 mil selecionados. Podem participar do estudo adultos acima de 18 anos que sejam:

  • profissionais de saúde atuantes diretamente na linha de frente do combate à covid-19
  • trabalhadores que desempenhem funções em ambientes com alto risco de exposição ao novo coronavírus, como motoristas de ambulância, seguranças de hospitais e agentes de limpeza desses estabelecimentos

“Incluímos nessa fase pessoas que sabidamente têm risco mais elevado de complicações da Covid-19 e, assim, o estudo pode refletir ainda mais a realidade. Isso, além de ampliarmos bastante o número de participantes, o que dará ainda mais robustez na análise de dados relacionados à segurança e eficácia da vacina”, afirma a professora Lily Weckx, coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie/Unifesp), responsável por liderar o estudo da vacina de Oxford no Brasil.

Idosos acima dos 70 anos

De acordo com a líder dos estudos no Brasil, agora será dada prioridade para os testes em idosos acima dos 70 anos porque essa faixa etária foi incluída na pesquisa somente em 21 de agosto, depois de a segurança vacina ser comprovada com os testes nas faixas etárias mais novas.

“Quando a idade limite acabou, nós já estávamos terminando os testes com voluntários, então poucos idosos receberam”, afirma Lily. “É importante que eles sejam testados porque, se a vacina sair, a gente certamente vai dar prioridade para os idosos. Eles vão ser o público-alvo da vacinação”, explica a coordenadora da Unifesp.

Com a autorização da Anvisa, a partir desta terça os centros participantes podem iniciar o processo de recrutamento dos novos voluntários. Como já acontece com os outros 5 mil já recrutados, todos receberão duas doses da vacina e serão acompanhados de perto pelos pesquisadores.

Segundo a pesquisadora, nos próximos dois ou três meses todos os os cinco mil novos participantes já devem ter tomado a vacina. “Temos que lembrar que, depois disso, eles ainda ficarão sendo acompanhados por um ano”, afirma Lily. (G1)

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