Beneficiários do auxílio emergencial na BA relatam à polícia que dinheiro sumiu da conta: ‘Pagaram boletos’

Beneficiários do auxílio emergencial na BA relatam à polícia sumiço de dinheiro da conta: 'Pagaram boletos'. — Foto: Reprodução / TV Bahia

Vinte e oito beneficiários do auxílio emergencial no valor de R$ 600, disponibilizado pelo governo Federal como forma de enfrentamento à Covid-19, registram nas delegacias de Itabuna e Ilhéus, cidades do sul da Bahia, que a quantia sumiu da conta deles. Na maioria dos casos, o dinheiro foi usado para pagamentos de boletos.

O caso é investigado pela Polícia Civil das duas cidades. Ainda não há detalhes sobre como o dinheiro sumiu e se tem relação com alguma quadrilha, por exemplo.

Em Ilhéus, foram registrados 20 ocorrências do tipo, entre segunda-feira (8) e quarta-feira (10). Em Itabuna, por sua vez, oito ocorrências entre o sábado (6) e a quarta.

Uma das vítimas foi José Roberto. Ele descobriu a situação quando foi sacar a segunda parcela do auxílio.

“Estava desde o dia 5, só que eu não podia sacar ainda. Então, mandaram eu ir [para a agência] na data acertada. Quando cheguei lá, falaram que já tinham pago um boleto já. Só ficou R$ 1 na conta”, contou José Roberto.

Uma outra beneficiária que relatou que o dinheiro sumiu da conta foi dona Valdelice. Ela não tinha recebido nenhuma parcela do auxílio e, quando foi na Caixa Econômica Federal (CEF), recebeu um extrato mostrando que o dinheiro tinha sido usado para pagar várias contas.

“Quando fui olhar o rapaz disse: ‘Aqui o boleto. Olha quantos boletos pagaram aqui com seu dinheiro”. Aí eu disse: ‘E agora?’. Só ficou R$ 32″, contou.

Conforme Rita de Cássia de Almeida, delegada da Polícia Civil de Ilhéus, a situação se trata de um crime cibernético.

“Aqui em Ilhéus hoje eu conto com 20 ocorrências que foram registradas de segunda-feira (8) até o presente momento [quarta-feira]. Essas pessoas, que têm seus direitos, foram até as suas contas, e, para surpresa das mesmas, os seus valores não estavam mais nas suas contas. Ou foram pagos boletos ou transferências através da internet, pelo aplicativo. Isso significa crime cibernético, de que essas pessoas estão sendo vítimas”, disse.

Ela disse ainda que esse tipo de situação ocorre em outras cidades.

“Soube também, através de alguns colegas, que não só em Ilhéus, mas que outras cidades também esse fato tem ocorrido com frequência”, completou a delegada Rita.

De acordo com o delegado Miguel Cicerelli, da delegacia de Itabuna, é necessário que todas as vítimas registrem a situação na delegacia, para que consigam, caso comprovado, restituição da CEF.

“O primeiro procedimento a fazer é atender a essas pessoas, fazer o boletim de ocorrência e encaminhar para Caixa Econômica Federal. Se a pessoa foi vítima de um golpe, a Caixa tem que indenizar essa pessoa e fazer o pagamento, tentar resolver essa parte. No outro sentido, que a gente está investigando aqui, se alguém auxiliou essa pessoa a fazer o cadastro. Às vezes, as pessoas têm que tomar cuidado. Um terceiro de má fé pega uma pessoa de pouca instrução […] e pega todos os dados das pessoas e já faz uma transferência. O caso vai ser investigado e encaminhado para Justiça Federal”, afirmou.

Por meio de nota, a CEF disse que atua de forma conjunta com os órgãos de segurança pública para diminuir os riscos de fraudes e garantir segurança no pagamento do auxílio emergencial. Falo que sempre que detectada suspeita de crime, a Polícia Federal é acionada e recebe todas as informações para as investigações e intervenções necessárias.

A CEF disse ainda que utiliza procedimentos e tecnologias para prevenir ameaças e garantir a segurança no pagamento do auxílio. E, que se alguém tiver contestações de saques, deve formalizar diretamente, em qualquer agência da Caixa. Já nos casos em que houver comprovação de saque fraudulento, o beneficiário será devidamente ressarcido. (G1)

google news