Bons hábitos de higiene afastam risco de câncer na boca

A higiene bucal inadequada pode aumentar até quatro vezes as chances de desenvolvimento do câncer de boca, segundo estudo promovido pela Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de São Paulo (USP). Isso ocorre porque a má higiene bucal contribui para o surgimento de inflamações que produzem substâncias nocivas ao organismo, como a nitrosamina, além de criar um ambiente favorável ao surgimento dos tumores.

De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o número de novos casos de câncer da cavidade oral esperados para o Brasil, até o final deste ano, será de 11.200 em homens e 4.010 em mulheres. 

A FDI (World Dental Federation) estima que mais de 90% da população mundial sofrerá alguma forma de doença bucal no decorrer da vida. Os problemas mais comuns são cáries, doenças periodontais e, na forma mais grave, câncer de boca. A maioria dessas complicações pode ser tratada ou prevenida com cuidados diários.

Mais comum em homens acima de 40 anos, o câncer da boca ou de cavidade oral é um tumor maligno que afeta lábios e estruturas da boca, como gengivas, bochechas, palato (céu da boca), língua (principalmente as bordas) e a região sublingual.

A cárie e as doenças que afetam a gengiva e o osso, chamadas de periodontais, causam inflamações, sangramentos e até a perda dos dentes. É preciso entender que essas doenças são infecciosas, comuns nos seres humanos, e podem ser controladas. Esse controle é feito pela correta higienização dos dentes, da gengiva e da língua. Depois dos intestinos, a boca é a cavidade com o maior número de bactérias.

As doenças da boca também têm relação direta com fumo, consumo de álcool e má alimentação. Alguns cuidados ajudam a melhorar a saúde da boca, como ingerir menos açúcar, higienizar bem a língua e ajustar bem as próteses dentárias. É importante também evitar a exposição ao vírus HPV, com comportamento sexual seguro e vacinação.

Câncer e saúde bucal: Cuidado redobrado

A correta higienização bucal também é primordial durante o tratamento oncológico. A quimioterapia e a radioterapia atingem os tecidos e enfraquecem as estruturas dos dentes, favorecendo o desenvolvimento de cáries. Ocorrem ainda outras complicações, como a mucosite, um processo inflamatório doloroso que afeta a mucosa oral, e a xerostomia, conhecida como boca seca. Além da escovação normal depois da alimentação, o uso de fio dental é de extrema importância, assim como idas regulares ao dentista para limpezas e avaliações.

A avaliação bucal é mandatória E o ideal é que ela seja realizada antes do início do tratamento.

Três condições específicas que requerem cautela redobrada:

Câncer nas regiões da cabeça e do pescoço: a radioterapia em altas doses pode gerar um comprometimento ósseo, dificultando a regeneração dos tecidos após uma extração dentária. Por isso, é preciso diagnosticar e tratar qualquer alteração na cavidade oral antes da intervenção terapêutica, quando a recuperação é mais garantida.

Tratamento com inibidores de osteólise, diante de metástase óssea: essa classe de medicamentos também interfere no metabolismo ósseo e pode prejudicar a recuperação, depois de uma extração. Portanto, o melhor é se antecipar para detectar e tratar eventuais problemas dentários, antes de começar a administração do medicamento.

Doenças onco-hematológicas com indicação de transplante de medula óssea: antes do transplante, o paciente é submetido a altas doses de quimioterapia para destruir a medula óssea alterada e reduzir a imunidade, a fim de evitar a rejeição das novas células. Ou seja, dá para imaginar como as defesas do organismo ficam vulneráveis a qualquer micro-organismo nocivo — inclusive, os que podem estar presentes na boca. Essa é a razão pela qual é essencial se certificar de que não há nenhum foco de infecção.

E você, quando foi a sua última visita ao dentista? Sua saúde está ligada às suas escolhas e atitudes. 

Oncocenter, dedicada a você!

Fontes: INCA. FDI

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