Produtos que imitam café, mas não são oficialmente classificados como tal, têm ganhado espaço nas prateleiras dos supermercados e nas redes sociais. Com embalagens semelhantes às de marcas reconhecidas, esses itens são rotulados como “bebida sabor café” ou “pó para preparo de bebida à base de café”.
O principal atrativo está no preço: enquanto um pacote de 500g de café puro custa em média R$ 30, o produto alternativo pode ser encontrado por R$ 13,99. No entanto, a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) alerta que essas bebidas podem conter impurezas como palha, pedaços de madeira e cascas, o que as torna uma opção de risco para os consumidores.
A Abic notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura sobre a comercialização desses produtos, que, segundo a entidade, não têm autorização para serem vendidos como café. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também foi alertada sobre a circulação desses itens no mercado.
O fenômeno gerou repercussão nas redes sociais, onde os produtos foram apelidados de “cafake” (café fake), reforçando a percepção de que podem induzir os consumidores ao erro.
A Master Blends, responsável pela marca Oficial do Brasil, defendeu a legalidade do produto e afirmou que sua intenção não é enganar os consumidores. “Criamos um subproduto do café para atender uma classe que está sofrendo com os preços elevados. Em momento algum falamos que é café, está claro na embalagem que se trata de uma bebida à base de café”, afirmou a empresa em nota à agência Reuters.
Já a DM Alimentos, fabricante da marca Melissa, não se manifestou sobre as denúncias.