Coelha morre em hotel para pets em Lauro de Freitas e tutora dispara: “Morreu por negligência”

Foto: Divulgação

A jornalista Thaís Borges, tutora de uma coelha, denunciou pelas redes sociais que seu animal morreu após ficar hospedado no hotel Jacks Pet Resort, em Lauro de Freitas, região Metropolitana de Salvador.

Nicinha, coelha Lion Head (também conhecido como “Coelho Leão), de quatro anos, foi encontrada morta nesta segunda-feira (29), por volta das 5h40.

Indignada com a situação, ela publicou um extenso relato na conta da coelha, no Instagram, que soma mais de 8 mil seguidores. Thaís conta que que, apesar do hotel ter tomado conhecimento do falecimento da coelha no início da manhã, ela só foi comunicada às 11h27.

A jornalista acusa a empresa de negligência e promete acionar a Justiça para apurar o caso.

Thaís conta que deixou Nicinha e seus dois cachorros da raça Shih Tzu no hotel, pois já tinha tido boas experiências com os serviços de Jéssica Gaspar, sócia do Jacks Pet Resort. Porém, apesar de ter ficado sob os cuidados de Jéssica, da vez anterior, os pets teriam ficado em hospedagem familiar.

Ela afirma ter pago R$ 337,50 para deixar os seus pets no hotel. “Praticamente a mesma coisa cobrada por cachorros (R$ 427,50 por cada um), que precisam de um manejo muito mais intenso. Com Nicinha, era apenas alimentá-la e deixá-la em segurança. Só isso!”.

Ao BNews, a tutora detalhou o drama. “Deixei [no hotel] Nicinha e meus dois cachorros na quinta-feira (25), deveria buscá-los na quarta-feira (1°)”, iniciou. “Eles me mandaram uma mensagem hoje [segunda-feira, 29], que eu só recebi 11h27. Disseram que queriam falar comigo, e estava ‘dando caixa’. Fiquei preocupada, porque, normalmente, eles não fazem esse tipo de contato, a gente recebe essas atualizações pelo grupo da creche/hotel. Quando eles ligaram, falaram: ‘Olha, Thaís, eu tô te ligando pra te dá uma notícia que é muito ruim. Nicinha veio a óbito’. Eu enlouqueci”, declarou.

E continuou: “Eles me ligaram hoje. Isso teria acontecido às 5h40. Eles só me disseram esse horário na segunda vez que eu falei com eles. Disseram ainda que não sabiam o que aconteceu, que o local que Nicinha estava era perto do quarto de Jéssica, mas não era dentro do quarto. Nesse local, teria um ponto cego, onde as câmeras não registrariam nada de Nicinha. O primeiro registro que tem é dela caída, encontrada já morta, fora do cercado e lambida com falhas no pêlo”.

Thaís lembra que ficou intrigada com as primeiras informações que recebeu do hotel. “Primeiro eles disseram que não sabiam o que tinha acontecido, não sabia como é que tinha morrido. Só que eu logo achei estranho, porque se Nicinha tivesse morrido naturalmente, – porque pode acontecer, ela poderia morrer dormindo – ela morreria dentro do cercado, o que não aconteceu”.

Arquivo Pessoal

A dona dos pets questionou o motivo de não ter sido comunicada na hora que o fato foi descoberto, e somente cerca de 5h depois.

“Disseram que o monitor, que foi o primeiro a acordar, foi quem a encontrou. Beleza. Eu estava com a internet ótima até por volta das 9h. Alguém me ligou? Não, ninguém ligou. Entre 9h e 11h eu estava com internet intermitente, sinal indo e voltando, quando eu recebi essa mensagem era 11h27 e a gente só conseguiu se falar por volta das 11h55. Foram muitas horas entre o horário que Nicinha foi encontrada morta e o horário que eu fui comunicada”, rememora.

“Ela foi encaminhada para a UFBA [Universidade Federal da Bahia], até onde eu sei, e estamos aguardando [a necropsia]”, complementa, ao pontuar que, após ser comunicada da morte da coelha, foi orientada pelo médico veterinário de Nicinha a levá-la para fazer os exames com uma equipe de profissionais específica. Ela diz, porém, que pôde fazer isso por questões contratuais do hotel.

Ela pontuou que queria que a necropsia fosse feita por uma equipe de profissionais recomendada pelo médico veterinário que acompanhava Nicinha há quatro anos, praticamente, desde o seu nascimento.

“Ele é o médico dela, especializado em animais exóticos e silvestres. Mas, eles [o hotel] mandaram a foto de um contrato que não tinha assinatura, mas nesse contrato dizia que teria que encaminhar para uma unidade pública e eles encaminharam para UFBA”.

Thaís contou à reportagem que ficou desolada ao saber da notícia da morte da sua coelha. “Eu entrei em desespero, fiquei aos prantos por mais de 2h. Foi desesperador. Ainda estou muito abalada, mas agora já estou mais calma”, falou. “Eu estava em um ônibus de viagem, na frente de pessoas e comecei a chorar desesperadamente, gritar dentro do ônibus falando no telefone com a mulher [funcionária do hotel]. Como eu estava no ônibus, pessoas desconhecidas vieram me consolar sem nem saber o que tinha acontecido”.

A tutora dos pets também protesta contra o tratamento dispensado pelo hotel. “O hotel mandou umas mensagens e disse que lamentava. A única coisa que eles fizeram, além de pedir autorização pra encaminhar para a necropsia, foi mandar meus cachorros num táxi dog para casa de uma amiga minha, porque eu fiz questão de que meus animais não ficassem lá por nem mais um minuto além do necessário”.

“Eu ainda não tenho como pegá-los porque ainda não cheguei em Salvador, mas não queria que eles ficassem lá. Então, eles só mandaram de Lauro de Freitas de volta pra Salvador para a casa de uma amiga, que aceitou receber os dois nesse período”. (Bocao News)

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