O Ministério das Relações Exteriores excluiu conteúdos relacionados às políticas econômicas dos governos do PT da lista de conhecimentos exigidos na prova de ingresso para a carreira diplomática.
Publicado em 8 de julho, o edital do concurso que deve acontecer em setembro não traz temas exigidos nas duas últimas edições do exame, como “diferenças na política econômica entre o primeiro e o segundo mandato do governo Lula”, além de medidas adotadas na gestão Dilma Rousseff, como “efeitos positivos das políticas distributivas de renda” e “nova matriz econômica”.
De acordo com a Folha, também foi cortado o item “reformas institucionais do governo Fernando Henrique Cardoso”, mas foram preservados os pontos “economia brasileira nos anos 90” e “Plano Real”, o que abre espaço para que temas sobre a política econômica da gestão tucana sejam cobrados no exame.
Outro item retirado foi “Políticas de identidade: gênero, raça e religião como vetores da política mundial”, que constou nas seleções de 2018 e 2017 e foi substituído por “Direitos humanos, liberdade religiosa e políticas de identidade”.
As mudanças no conteúdo coincidem com a troca da entidade que organiza e aplica o exame. Nos últimos 26 anos, ele foi organizado pelo Cebraspe, o antigo Cespe, vinculado à Universidade de Brasília (UnB). Mas, neste ano, foi contratado o Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades), sob argumento de “preço mais baixo na pesquisa de mercado e proposta técnica adequada às necessidades do Ministério de Relações Exteriores.”
A prova deste ano vai selecionar 20 candidatos para o acesso à carreira de diplomata, com salário inicial de R$ 19,1 mil. (Metro 1)