Dois anos após descoberta, cratera na Bahia chega a 110 metros de comprimento e moradores cobram explicações

Cratera misteriosa na BA completa dois anos nesta sexta-feira (29). — Foto: OrtoPixel – Soluções com Drones, Geotecnologias e Arquitetura

Após dois anos da formação de uma cratera na Ilha de Matarandiba, na Bahia, a preocupação e a falta de informações sobre o que pode ter causado a cavidade ainda são marcas recorrentes para os moradores do local. Eles questionam a demora nos detalhes por parte dos órgãos e da Dow Química, responsável pela área onde o buraco apareceu. Ao G1, a multinacional divulgou dados que apontam aumento de 20 metros de comprimento da cratera em relação ao ano passado.

“É um descaso das informações. Estamos com receio em função de não saber o que provocou essa erosão. Estamos sem respostas definitivas das soluções para a erosão. O que a comunidade solicita é esclarecimento, sobre o que provocou essa erosão, e uma solução para a comunidade deitar com a cabeça no travesseiro e não estar mais preocupada em relação a isso”, disse Flávia Lima, moradora da comunidade.
A cratera, que fica a 1 km da vila de pescadores de Matarandiba, em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, foi descoberta em maio de 2018 e tinha 46 metros de profundidade, 69 metros de comprimento e 29 metros de largura, na ocasião. O primeiro aumento na estrutura foi divulgado em janeiro do ano passado, quando cresceu quase quatro metros.

Até fevereiro de 2019, última medição divulgada até então ao G1 pela Dow Química, o buraco tinha 90,7 metros de comprimento, além de 40,9 metros de largura e 36,4 metros de profundidade. No entanto, houve um novo crescimento.

Segundo a empresa, as medidas mais atualizadas são: 110 metros de comprimento, 47,4 metros de largura e 32,7 metros de profundidade. Apesar da situação, por meio de nota, a multinacional garantiu que a comunidade não corre perigo e que adotou tecnologias de monitoramento na área.

Conforme o Ministério Público Federal na Bahia (MPF), dois anos depois, as investigações continuam em andamento por meio do inquérito civil público que apura o surgimento do fenômeno, chamado sinkhole.

Disse também que, em perícia técnica, foi averiguado que a Dow adotou medidas para a segurança da população local.

Além disso, o MPF-BA afirmou, com base no Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), que a última licença da Dow para exploração na localidade foi até fevereiro deste ano, mas antes do vencimento foi pedida a renovação ao instituto.

O G1 entrou em contato com o Inema para saber se houve liberação da licença para a empresa, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.

Por fim, o MPF pontuou que aguarda respostas a serem prestadas pelo Inema sobre o fenômeno. (G1)

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