O dólar avançava frente ao real nos primeiros negócios desta segunda-feira (12), com operadores elevando a cautela antes da reunião de política monetária do Federal Reserve desta semana e, na cena doméstica, da tramitação da PEC da Transição na Câmara.
Investidores também ficavam de olho na diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), prevista para as 14h (de Brasília) desta segunda-feira.
Às 9h10 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,18%, a R$ 5,2551 na venda.
Na B3, às 9h10 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,28%, a R$ 5,2760.
Na sexta-feira (9), a valorização das ações de exportadores de matérias-primas metálicas sustentou uma ligeira alta da Bolsa de Valores brasileira e colaborou para moderar o avanço do dólar frente ao real.
O dia também foi marcado pelo anúncio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os nomes de cinco ministros que irão compor o seu governo. Fernando Haddad foi confirmado para a Fazenda, como era amplamente esperado.
O dólar comercial à vista fechou com ganho de 0,53%, cotado a R$ 5,2450 na venda —a alta acumulada na semana ficou em 0,61%.
No mercado de ações, o Ibovespa avançou 0,25%, aos 107.519 pontos, em um dia em que o volume movimentado na Bolsa esteve abaixo da média devido ao jogo no qual a seleção masculina de futebol do Brasil foi derrotada pela Croácia e eliminada da Copa do Mundo.
Os ganhos da Bolsa ficaram basicamente concentrados no setor de mineração e de matérias-primas metálicas. As ações ordinárias da Vale saltaram 3,33%. Os papéis da CSN Mineração dispararam 10%.
Esse segmento tem sido beneficiado pela expectativa de aumento das exportações para a China, uma vez que o país vem afrouxando restrições contra a Covid e adotando outras medidas para aquecer setores da sua economia.
Analistas do mercado destacaram que a reação pouco expressiva do mercado nesta sexta quanto ao anúncio de Haddad está relacionada à ausência de surpresas com a escolha.
Apesar da ligeira alta na sessão de sexta, a Bolsa brasileira caiu 3,94% no acumulado da semana, que também foi marcada pelo avanço no Senado da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição.
Na quarta-feira (7), o plenário do Senado aprovou a proposta sem modificar o texto que saiu da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, apesar da pressão da oposição para que o valor e o prazo de duração fossem reduzidos.
A proposta, que ainda será votada na Câmara, amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões em 2023 e 2024 para o pagamento do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) e libera outros R$ 23 bilhões para investimentos fora do teto em caso de arrecadação de receitas extraordinárias.
No principal mercado de ações mundial, a Bolsa de Nova York fechou a semana com expressiva queda, interrompendo uma sequência de duas altas semanais.
O indicador S&P 500, referência para as negociações em Wall Street, perdeu 0,74% na sessão e registrou um tombo semanal de 3,37%.
Dados do levantamento de preços ao produtor mostraram uma alta acima da esperada pelo mercado, que esperava um sinal de trégua da inflação antes da reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), nesta quarta (14).
Enquanto a inflação estiver mostrando força, o Fed tende a manter a sua política de elevação de juros. Investidores temem, porém, que a alta no custo do crédito provoque uma recessão econômica. (Política Livres)