Eduardo Bolsonaro reitera críticas a governo da China, mas diz que ‘jamais ofendeu o povo chinês’

Foto: Reprodução

Responsável por uma crise diplomática entre China e Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) reiterou nesta quinta-feira as críticas ao governo chinês. Em nota publicada no Twitter, Eduardo afirmou que o governo da China censura informações e “mantém sigilo” sobre os casos de coronavírus no país.

Ontem, o filho do presidente da República culpou a China pela pandemia do coronavírus, e foi rebatido pela Embaixada da China no Brasil. Em meio à polêmica e a ponderações até mesmo do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, Eduardo minimizou o tom de suas críticas, apesar de defender suas declarações sobre a China.

“O governo atual da China bane plataformas como Twitter, Facebook e Whatsapp, que tem sido fundamentais no esclarecimento de dúvidas da população mundial quanto à atual pandemia. A mutação genética de um vírus pode nascer em qualquer país, mas é obrigação das autoridades deste informar à sociedade e tomar as melhores medidas para conter seu avanço.

O parlamentar disse que “jamais ofendeu o povo chinês” e que essa interpretação é “totalmente descabida”, mas na sequência disse que compartilhou “postagem que critica a atuação do governo chinês na prevenção da pandemia”. O filho do presidente afirmou que não teve a pretensão de falar pelo governo brasileiro e que “não desejamos problema com a China.

“Jamais tive a pretensão de falar pelo governo brasileiro, mas devido a toda essa repercussão, despido de qualquer vaidade ou ego, deixo aqui cristalina que minha intenção, mais uma vez, nunca foi a de ofender o povo chinês ou de ferir o bom relacionamento existente entre os nossos países”, afirmou no texto divulgado pelas redes sociais.

O deputado disse que seu comportamento “ não tem o mínimo traço de xenofobia ou algo similar”.

Ontem, o filho do presidente culpou o governo chinês pela doença. “Quem assistiu Chernobyl vai entender o que ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. Mais uma vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. A culpa é da China e liberdade seria a solução”, afirmou Eduardo, no Twitter.

Em resposta, o embaixador da China no Brasil, Yan Wanming, fez duras críticas ao deputado federal. Segundo o diplomata, as palavras do parlamentar são um “insulto maléfico” contra a China e não condizem com a posição publica que ele ocupa.

“As suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federal, nem a sua qualidade como uma figura pública especial”, afirmou o embaixador da China no Brasil, também pelo Twitter. “A parte chinesa repudia veementemente as suas palavras, e exige que as retire imediatamente e peça uma desculpa ao povo chinês. Vou protestar e manifestar a nossa indignação junto ao Itamaraty e à Câmara dos Deputados.”

Em mensagem a Eduardo, a Embaixada da China no Brasil afirmou que o deputado “lamentavelmente é uma pessoa sem visão internacional nem senso comum, sem conhecer a China nem o mundo”. “Aconselhamos que não corra para ser o porta-voz dos EUA no Brasil, sob a pena de tropeçar feio”, registrou a embaixada no Twitter.

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