Em depoimento à polícia, Iuri Sheik diz que perdeu revólver usado em crime

Foto: Alberto Maraux

Com mandado de prisão preventiva cumprido na tarde desta quarta-feira (26), o empresário e influencer Iuri Sheik revelou em depoimento a delegada Clelba Regina Teles, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa  (DHPP), que perdeu a arma usada no crime que vitimou o empresário William Oliveira. Acompanhado de advogados, Sheik teve mandado cumprido no Departamento de Polícia do Interior (Depin), localizado na Piedade. Após passagem pelo Depin, ele será levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) e lá o acusado realizará exames de corpo de delito. Por fim, Iuri Sheik vai ser levado para o sistema prisional. O empresário será ouvido ainda esta semana pelo delegado Edilson Magalhães, delegado titular da 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/ Santo Antônio de Jesus). 

Relembre o caso
William Oliveira era um ex-sócio da banda de pagode Black Style. De acordo com o produtor Roque Bispo, a vítima foi baleada no peito duas vezes. Will chegou a ser operado e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Santo Antônio de Jesus, para onde foi socorrido. A infomação da morte foi confirmada pelo titular da 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Santo Antônio de Jesus), Edilson Magalhães. “Nesse momento estamos ouvindo aqui os parentes da vítima na delegacia”, disse o delegado ao Correio nesta quarta. Iuri Sheik teve o mandando de prisão preventiva decretada no mesmo dia do crime.

Rixa e recusa ao cumprimentar

William foi baleado por se recusar a cumprimentar Iuri Sheik. A mais nova versão para o crime foi apresentada nesta quarta, pela polícia, momentos antes da morte do empresário. “Inicialmente, a versão que chegou para nós foi que havia acontecido uma briga de trânsito. No entanto, foi ouvindo as testemunhas que chegamos à nova versão do fato. Todos ouvidos até agora contam que Iuri estendeu a mão e William disse: ‘não vou dar a mão porque não gosto de você’. Então, Iuri foi no carro, pegou a arma e atirou”, contou o delegado Edilson Magalhães. A recusa de Willian seria por causa de uma rixa antiga com o digital influencer. “Parece que foi coisa de fofoca, picuinha no meio artístico. O porquê da rixa não é o mais importante. O importante é o fato do cara ter atirado porque o outro não o cumprimentou. Isso é o fato imediato. Temos testemunhas que viram ele atirando”, complementou Magalhães. Apesar de Iuri Sheik ter dito nas redes sociais que se apresentaria para dar sua versão, o delegado disse que até agora não recebeu nenhum contato do acusado. “Nem ele e nem o advogado dele procurou a gente. Sequer recebi uma ligação”, disse. Magalhães informou ainda que a polícia já tem imagens do digital influencer no dia do crime. “Não são imagens do disparo, mas o momento em que ele foge num carro. As imagens foram de uma câmera de um estabelecimento comercial, que foram cedidas pelo proprietário. Temos informações que na fuga o acusado pegou a BR-324”, detalhou. Em relação à investigação, o delegado disse que “o inquérito tem 30 dias (para ser concluído) e pode ser prorrogado por mais 30 a depender da situação”. “Mas a gente acredita que conclua antes”, finalizou. 

Lojas

Iuri Sheik tem duas lojas de roupas masculinas na região do Cabula, denominadas Iuri Modas. O Correio esteve na manhã desta quarta-feira (26) nas duas unidades. A primeira, situada dentro no Shopping Plaza Cabula, está fechada há três meses. Na vitrine, a anúncio “passo ponto”. “Antes ele vinha aqui direto, mas era de poucas palavras. Quando queria, dava um ‘oi’”, disse o proprietário de uma loja vizinha, que preferiu não revelar o nome.  Logo depois, o Correio esteve na segunda e mais antiga loja, na Estrada das Barreiras, logo após o GBarbosa. Segundo comerciantes da região, a loja está fechada desde sábado. “Ontem (terça) era dia de abrir. Sempre abrem às 9h, mas, depois desta confusão, ninguém aparece aqui desde sábado”, relatou o dono de um mercadinho das proximidades. Do outro lado da pista, a reportagem encontrou um dos funcionários, que disse que a loja não tem previsão de quando irá abrir. “Vai ficar por tempo indeterminado. Só isso que sei. Estou em contrato de experiência”, declarou. Perguntado sobre o que achava sobre o envolvimento do dono das lojas no crime, ele preferiu não comentar: “Não posso falar nada, até porque sou novato”.

Hora do crime

Uma testemunha contou ao Correio que foi tudo muito rápido: “Ele chegou no local dando um cavalo de pau, parou o carro, olhou para o cara e atirou. O povo ficou assustado e saiu correndo”. Procurada, a Polícia Militar informou que duas equipes do 14º Batalhão interromperam uma festa de paredão que acontecia na noite de domingo (23), no Centro de Santo Antônio de Jesus, solicitando aos proprietários dos veículos que o som fosse desligado. Cerca de 10 minutos depois, os PMs foram acionados para um local próximo da ocorrência, com a informação de disparos de arma de fogo após um desentendimento entre dois homens. “As guarnições já encontraram a vítima atingida por dois disparos sendo socorrida pelo Samu e, em seguida, encaminhada para o Hospital Geral de Santo Antônio de Jesus. Segundo testemunhas, o autor do crime fugiu imediatamente do local no veículo particular. Os PMs realizaram diligências, mas o suspeito não foi encontrado”.

‘Nunca se deram bem’

O produtor Roque Bispo disse que a vítima e o suspeito nunca se relacionaram bem. “Eu nunca entendi o porquê, mas não nunca se deram bem. Acredito que Sheik fez isso porque estava com muita cachaça na cabeça, não sei, não falei com ele depois disso”, afirmou Roque, que diz ser amigo do suspeito. Segundo ele, os dois moram em Salvador e teriam se encontrado, por acaso, em Santo Antônio de Jesus. Quanto à sociedade com a vítima, ele se limitou a dizer que Will já “não pertence mais à marca Black Style”. Will morava no bairro do Cabula, em Salvador, e era proprietário de uma loja na entrada da Engomadeira. (Editado/Correios)

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