Estudante baiano cria bebida à base de jatobá que ajuda no tratamento de diabetes e anemia

Diogo Regis desenvolveu receita para participar de feira de ciência e tecnologia, contudo, experimento foi além das expectativas. Foto: Divulgação

Um estudante baiano encontrou na árvore do jatobá uma possibilidade de combater o diabetes e a anemia, após criar uma bebida láctea à base do fruto da planta, na cidade de Barreiras, no oeste do estado.

Há pouco mais de um ano, Diogo Regis desenvolveu a receita para participar de uma feira de ciência e tecnologia no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Rio Grande (CETEP-BRG), onde estuda, mas o experimento foi além.

O estudante tinha 16 anos quando teve a ideia e contou com o apoio de uma orientadora para a pesquisa, a professora Wilka Miranda. Hoje, aos 17 anos, ele ainda desenvolve estudos para obter resultados ainda melhores com a bebida.

“A minha orientadora tem uma pesquisa sobre a produção de mudas da árvore, visando o reflorestamento, mas sobre o tema em si não tínhamos. Primeiro nós estudamos sobre os benefícios do fruto, e se era possível produzir a bebida em grande escala. Logo após, procuramos métodos de tornar viável o consumo, chegando então na bebida láctea, visto que não tinha nenhuma pesquisa sobre”, conta.

O estudante conta que a bebida auxilia no tratamento da diabetes devido ao teor de magnésio presente no fruto, que atua no controle do açúcar no sangue. Já a anemia é combatida pela grande quantidade de ferro presente na mistura.

Desde a participação na feira, ocorrida em 2018, a receita já foi inserida na programação de outros cinco eventos, incluindo o Bahia Farm Show 2019 e a Feira Internacional da Agropecuária (Fenagro) 2018, e tem exposição prevista em mais dois nos próximos dias.

Diogo explicou que a bebida é produzida a partir da fermentação do leite de vaca, acrescido da polpa (farinha) do jatobá. O resultado final é obtido com o cozimento da mistura, que, posteriormente, é acondicionado em garrafas. O consumo é feito com a bebida gelada.

“Até chegar no produto que temos no momento, levamos torno de 6 meses…porém ainda estamos em processo de aprimoramento, visando um resultado ainda mais completo. Então, não acaba. Nós estamos a cada dia mais aperfeiçoando este trabalho”, explica o estudante.

Atualmente no 3º de 4 anos do curso técnico de agropecuária, Diogo Regis já vislumbra mais conquistas no futuro. O estudante pretende cursar engenharia agronômica no ensino superior e prosseguir na linha de pesquisa.

Para isso, Diogo conta com o apoio da família. Criado pelos avós paternos, o estudante não esconde o amor e o agradecimento pela ajuda nos estudos.

Árvore típica do cerrado, que teve dia celebrado em 11 de setembro, o jatobá também é conhecido, em função disso, como jatobá-do-cerrado. Mas também é chamado de jutaí, jatobá-capo, jatobá-de-casca-fina, jitaí e jutaicica.

Por conta da dureza e resistência da madeira, a árvore é muito apreciada na construção civil e naval. Tanto que, em 1799, houve um decreto imperial determinando que a exploração só poderia ser com uma finalidade: a construção de embarcações.

Atualmente, pode-se dizer, pelas características da copa e beleza das flores, que o jatobá tem aplicação ornamental em jardins residenciais e urbanos, sem falar da arborização de vias públicas.

A fruta, muito apreciada in natura, também serve para fazer mingau (devido à polpa farinácea).

Várias espécies da fauna fazem uso da fruta do jatobá. A floração ocorre entre os meses de dezembro e fevereiro e os frutos amadurecem em agosto e setembro. Embora o desenvolvimento das mudas seja rápido, no campo ela é considerada uma espécie lenta para crescer. (G1 Bahia)


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