Um estudo realizado pela fintech de proteção financeira digital Silverguard mostra que 42% dos usuários do Pix já sofreram alguma tentativa de golpe ao usar a ferramenta, enquanto 9% dos entrevistados foram, efetivamente, vítimas dessas ações criminosas.

Os dados do levantamento foram antecipados pelo jornal Valor Econômico. Em relação aos entrevistados que dizem ter sofrido golpe no Pix, a pesquisa mostra pouca diferença entre as faixas etárias: 8,9% entre 18 a 39 anos; 8,6% entre 40 a 59 anos; e 9,6% com 60 anos ou mais.

Na análise por renda, o percentual dos que foram vítimas de golpes financeiros via Pix chega a 15,5% nas classes D e E, bem acima dos 9,6% da classe A, dos 6,4% na B e dos 7,4% na C.

Ainda de acordo com o estudo, a partir de dados levantados junto ao Banco Central (BC) por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), houve 1,7 milhão de solicitações de devolução do Pix pelo Mecanismo Especial de Devolução (MED), do BC, das quais 97% por suspeita de fraude.

Sete de cada 10 solicitações de devolução são rejeitadas pelos bancos. Entre as rejeições, 89% são por falta de saldo ou encerramento da conta que recebeu o dinheiro. No ano passado, 23% dos R$ 3,1 bilhões solicitados foram efetivamente devolvidos.

“Ao avaliar os atendimentos do SOS Golpe, a gente percebeu que o Pix tem aparecido em 80% dos casos que chegam. O estudo tem muito a ver com essa necessidade de entender os golpes de Pix, que são muito prevalentes”, diz Marcia Netto, coordenadora do estudo e CEO da Silverguard. “O Pix reduziu o uso do papel e aumentou o uso digital. Não é um problema do Pix em si. Se o Pix não existisse, as fraudes estariam nas transferências.”

A pesquisa foi feita com uma amostra de 1.910 entrevistas on-line, que reproduziu a estratificação da população brasileira em itens como gênero e faixa etária.

(Metrópole)