A variante ômicron, que pode contaminar 60% dos europeus até março, amorteceu a pandemia de Covid-19 na Europa, avalia Hans Kluge, diretor do escritório europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo ele, é possível que a região esteja se aproximando do fim da crise sanitária.
“É plausível que a região esteja se aproximando do final da pandemia”, afirmou Kluge neste domingo (23).
“Quando a onda da ômicron se acalmar, haverá, durante algumas semanas e meses, uma imunidade global, seja graças à vacina, seja porque as pessoas estarão imunizadas pelas contaminações, e também devido à uma baixa [nas infecções] por causa da estação”, afirmou, referindo-se ao verão no Hemisfério Norte.
No entanto, o especialista fez um apelo por prudência devido à versatilidade do vírus. Kluge também descarta que a doença tenha entrado em uma fase endêmica na Europa.
“Endêmico significa que podemos prever o que acontecerá, e esse vírus nos surpreendeu mais de uma vez. Então, devemos permanecer muito prudentes”, aconselhou.
15% dos novos casos de Covid-19
A variante ômicron começou a ser detectada no final de novembro na Europa, por onde se espalhou rapidamente nas últimas semanas. Na região que conta com 53 países, entre os quais alguns situados na Ásia Central, essa linhagem representava em 18 de janeiro 15% dos novos casos de Covid-19, mais da metade do que a semana precedente, apontam dados da OMS.
Mais contagiosa do que a variante delta, a ômicron é atualmente dominante na União Europeia e nos países que fazem parte do Espaço Econômico Europeu, segundo a Agência de Saúde Europeia.
No entanto, diante da impaciência das populações, alguns governos manifestam a intenção de tratar a Covid-19 como uma doença endêmica. Outros, como a França e a Bélgica, vêm anunciando a flexibilização das restrições.
Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou sua preocupação com as previsões otimistas sobre o fim da pandemia.
“Não se enganem, a ômicron provoca hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves submergem os estabelecimentos de saúde”, declarou.
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Já Kluge acredita que, diante a explosão das contaminações, o essencial é “diminuir as pertubações dos serviços hospitalares e proteger as pessoas mais vulneráveis”. Segundo ele, se a Europa quiser avançar em direção ao fim da pandemia, não será possível “focalizar somente na diminuição das transmissões”. (G1)