Ex-presidente do INSS negou indícios de fraude semanas antes de operação da PF identificar esquema bilionário

Alessandro Stefanutto afirmou ao Congresso que não via sinais de dolo ou erro administrativo; governo iniciará ressarcimento a vítimas na próxima terça-feira

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Menos de um mês antes da Polícia Federal (PF) deflagrar a operação que revelou um esquema bilionário de descontos irregulares em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, declarou ao Congresso Nacional que não havia indícios de fraude ou erro administrativo.

A manifestação foi assinada por Stefanutto em 7 de abril e enviada ao Legislativo nesta semana pelo Ministério da Previdência Social (MPS). A operação “Sem Desconto” foi realizada no dia 23 do mesmo mês e resultou na exoneração de Stefanutto, que ocupava o cargo desde o início do governo Lula.

A resposta do ex-presidente do INSS foi dada a partir de um pedido de informação apresentado pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), em fevereiro deste ano.

No documento, a parlamentar citava denúncias sobre cobranças indevidas em aposentadorias e pensões, além de uma reportagem do Jornal Nacional publicada em novembro de 2023 sobre o mesmo tema.

Na resposta, Stefanutto informava que o INSS ainda realizava processos de “verificação extraordinária” dos termos de autorização apresentados pelas entidades envolvidas nos descontos. Segundo ele, apenas após o envio das defesas pelas entidades seria possível emitir um relatório conclusivo.

Após a deflagração da operação policial, o governo federal anunciou que começará a ressarcir os aposentados e pensionistas lesados a partir da próxima terça-feira (13).

O montante total de multas e medidas administrativas aplicadas pelo Ibama às entidades envolvidas ultrapassa os R$ 460 milhões, segundo informações do Ministério do Meio Ambiente.

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