Fábio de Melo sobre ataques a padre Julio: Que ninguém seja perseguido por fazer o que Jesus pediu

‘Se você se identifica com Jesus, com as escolhas indigestas que ele fez, sabe que não existe vida cristã fora da caridade’, disse o padre cantor

(Foto: divulgação)

Após vereadores de São Paulo ameaçarem abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do padre Julio Lancelloti junto à população de rua na Cracolândia, outro sacerdote da Igreja Católica se manifestou sobre a polêmica.

“Que ninguém seja perseguido por fazer o que Jesus pediu que fizéssemos”, defendeu padre Fábio de Mello, nesta sexta-feira (5), por meio das redes sociais. Em uma série de postagens no “X” (antigo Twitter), ele lembrou que conheceu padre Julio na Pastoral Carcerária, iniciativa que, segundo o religioso, nasceu do princípio evangélico “Estive preso e vieste me visitar” e destacou a importância da caridade.

“A pastoral é uma resposta à encíclica ‘Rerum Novarum’ escrita pelo papa Leão XIII, que propunha ações práticas, inspiradas na vida de Jesus. Todo cristão precisa encarnar a dimensão social de Cristo, viver o comprometimento com suas causas. Jesus sempre esteve ao lado dos desfavorecidos do seu tempo. Morreu entre dois condenados. Dividiu os seus últimos momentos terrenos com eles. Sendo assim, os membros da Pastoral Carcerária frequentam e conhecem bem os problemas dos cárceres brasileiros. Estar com os presos, ouví-los, auxiliá-los, numa tentativa de construir um sistema que favoreça a recuperação das pessoas que estão cumprindo suas penas”, explicou.

Classificando o Francisco como “homem extremamente sensível às necessidades dos que vivem à margem”, Fábio de Mello lembrou que o líder da Igreja Católica tem tentado recordar a essência do evangelho entre as pessoas e destacou que quem “se identifica com Jesus, com as escolhas indigestas que ele fez, sabe que não existe vida cristã fora da caridade”.

Neste sentido, ele admitiu a importância da oração, mas destacou que a caridade é um princípio fundamental do cristianismo. “Mas é a caridade que nos sela, definitivamente, como cristãos. Eu não estou inventando. Foi São Paulo quem disse”, argumentou.

(Bahia.ba)

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