Conversas encontradas em celular mostram que a ex-chefe do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Ediene Lousado, compartilhou informações sigilosas com a mãe e a tia de dois de investigados na Operação Faroeste.
A operação apura um suposto esquema de venda de sentenças, envolvendo grilagem de terras no oeste da Bahia. Os aparelhos celulares com as mensagens foram apreendidos em Brasília, em um apartamento vinculado à ex-chefe do MP-BA.
Os mandados foram cumpridos pela Polícia Federal em dezembro de 2020, e fazem parte da 6ª e 7ª fases da Operação Faroeste.
A TV Bahia teve acesso às informações do relatório da PF sobre o material apreendido, que indica que a ex-chefe do MP baiano vazou informações sigilosas sobre o processo.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Ediene Lousado, como também com a Procuradoria Geral da República, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O advogado que representava a família Rusciolelli disse que não está mais à frente do caso. A TV Bahia ainda não conseguiu contato com a nova defesa.
Entre os indícios no relatório da Polícia Federal estaria uma conversa de Ediene Lousado com a procuradora de Justiça, Sara Mandra Moraes Rusciolelli.
Sara Mandra é irmã de Sandra Inês Rusciolelli, desembargadora investigada na Operação Faroeste que, em março de 2020, foi presa com o filho, o bacharel em direito Vasco Rusciolleli, por suspeita de venda de decisões judiciais.
Segundo o relatório da PF, em uma das conversas, Sara Mandra já se mostrava preocupada com a situação da irmã, quase três anos antes da prisão dela.
Em setembro de 2017, Sara Mandra revelou que não sabia exatamente quais eram as investigações contra a irmã, e Ediene Lousado prometeu que ajudaria a descobrir mais coisas, mas pediu sigilo sobre o caso.
Entre os indícios no relatório da Polícia Federal estaria uma conversa de Ediene Lousado com a procuradora de Justiça, Sara Mandra Moraes Rusciolelli.
Sara Mandra é irmã de Sandra Inês Rusciolelli, desembargadora investigada na Operação Faroeste que, em março de 2020, foi presa com o filho, o bacharel em direito Vasco Rusciolleli, por suspeita de venda de decisões judiciais.
Segundo o relatório da PF, em uma das conversas, Sara Mandra já se mostrava preocupada com a situação da irmã, quase três anos antes da prisão dela.
Em setembro de 2017, Sara Mandra revelou que não sabia exatamente quais eram as investigações contra a irmã, e Ediene Lousado prometeu que ajudaria a descobrir mais coisas, mas pediu sigilo sobre o caso.
Em outra conversa, Sara Mandra perguntou quem passava as informações para Ediene Lousado e a ex-chefe do MP baiano respondeu que era uma pessoa do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, lotado na Procuradoria Geral da República (PGR).
Em outro momento, Sara Mandra revelou que estava preocupada que as denúncias estivessem relacionadas as decisões da irmã sobre os conflitos no oeste e Ediene disse que não.
De acordo com Ediene Lousado, seriam coisas anteriores e que quando falou com o interlocutor dela na PGR, a última decisão referente à operação ainda não tinha sido divulgada.
Ediene também revelou, na troca de mensagens, que as investigações estavam relacionadas às interferências de Vasco Rusciollelli nas decisões judiciais da mãe. Por isso, a ex-chefe do MP pediu que Sara Mandra aconselhasse a desembargadora Sandra Inês Rusciolelli a deixar o filho longe das decisões dela, que isso já ajudaria muito.
As mensagens mostram que Sara Mandra respondeu que o sobrinho não pisaria mais no gabinete da irmã e que ela mesmo iria monitorar isso.
Em agosto de 2020, cinco meses após a prisão de mãe e filho, Ediene Lousado voltou a passar informações sigilosas para Sara Mandra.
Dessa vez, sobre a soltura da irmã e do sobrinho dela, a ex-chefe do MP disse que a desembargadora deixaria a prisão até o final de setembro, que estava dependendo apenas da homologação, e que a fonte era segura.
Sobre as conversas, o relatório da PF diante do material apreendido conclui que a ex-chefe do MP baiano tinha informações privilegiadas dentro da PGR, e que com base nisso alertava pessoas do seu círculo de amizade sobre os processos. (G1)