O Senado Federal promove nesta segunda (17) um debate sobre a proibição do Conselho Federal de Medicina (CFM) a assistolia fetal para interrupção de gravidez em casos de estupro e a sessão teve uma performance teatral para gerar comoção do público. A audiência é presidida pelo bolsonarista Eduardo Girão (Novo-CE).
A interpretação foi feita pela contadora de histórias Nyedja Gennari após Girão pedir um minuto de silêncio “em respeito às mulheres e aos bebês indefesos do aborto”. “Não! Não acredito! Essa injeção, essa agulha! Quero continuar vivo. Vai doer muito. Por Deus, eu imploro!”, diz ela durante a encenação.
Após o fim da interpretação dramática, que tem quase cinco minutos, ela afirmou: “Essa história, embora trágica, dolorosa, é um chamado para reflexão, para que todos compreendam a seriedade e as consequências do aborto”.
A assistolia fetal é uma técnica usada para interromper os batimentos cardíacos do feto antes de sua retirada. A prática consiste na aplicação de substâncias no feto por meio de uma injeção.
O procedimento é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para casos de aborto após a 20ª semana de gestação, a técnica foi proibida pelo CFM neste ano e o Supremo Tribunal Federal (STF), no fim de maio, suspendeu a resolução que impedia a realização do procedimento.
A encenação e simulação de um aborto por uma contadora de histórias irritou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, veja aqui. O tema voltou a ser discutido em meio à tramitação do “PL do aborto”, projeto que prevê aplicar a pena de homicídio simples a mulheres que realizarem o procedimento após a 22ª semana de gestação, na Câmara dos Deputados.
Fonte: DMC