O número de postos ocupados por militares, da ativa e da reserva, na administração pública federal, aumentou em ao menos 325, nos primeiros nove meses de gestão do presidente Jair Bolsonaro. Além do próprio Bolsonaro, que é capitão reformado, e do vice, o general Hamilton Mourão, e de 8 de seus 22 ministros, há ao menos 2.500 militares em cargos de chefia ou assessoramento.
A curva ascendente já havia sido iniciada sob Michel Temer (2016-2018), que rompeu com a simbólica prática de governos anteriores de nomearem civis para chefiar o Ministério da Defesa. Por meio de pedidos da Lei de Acesso à Informação, a Folha obteve dados de mais de cem órgãos federais, a exemplo de ministérios e estatais como Embratur, Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e Casa da Moeda.
Em ao menos 30 órgãos, houve ampliação do número de militares em relação a Temer. Somente quatro registraram redução. Algumas das pastas não responderam ao pedido. A ampliação de militares em funções ocupadas antes por civis foi mais expressiva em pastas próximas a Bolsonaro, como o Gabinete de Segurança Institucional, que subiu de 943 para 1.061 militares. Na Vice-Presidência também houve aumento significativo: de 3 para 65.
Já no ministério do Meio Ambiente, alvo da mais recente crise do governo, o número de militares foi de 1 para 12. O Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro, quase dobrou o seu contingente militar: de 16 para 28.
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