A primeira-dama Janja da Silva declarou ter sido alvo de machismo e misoginia após ter sua participação em uma reunião entre a comitiva brasileira e o presidente da China, Xi Jinping, exposta de forma distorcida à imprensa. A fala de Janja ocorreu durante um jantar oficial, e ela teria abordado os efeitos do algoritmo do TikTok no crescimento da extrema direita no Brasil, conforme reportado pela CNN.

“Vejo machismo e misoginia da parte de quem presenciou a reunião e repassou de maneira distorcida o que aconteceu. E vejo a amplificação da misoginia por parte da imprensa, e me entristece que essa amplificação tenha o engajamento de mulheres”, afirmou Janja.

A repercussão da fala causou desconforto no Palácio do Planalto, sobretudo após trechos da conversa circularem na imprensa, levantando críticas sobre a atuação da primeira-dama em temas estratégicos da diplomacia brasileira.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que foi Janja quem pediu a palavra durante o jantar com o líder chinês, mas criticou os vazamentos da conversa, que deveria ser confidencial.

“Primeira coisa que eu acho estranho é como essa pergunta chegou à imprensa, porque estavam só meus ministros lá. Então, alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que aconteceu durante o jantar — algo muito, muito confidencial e pessoal”, declarou Lula a jornalistas.

A crítica de Janja ao TikTok teria sido feita no contexto de preocupações com a disseminação de conteúdos que favorecem discursos antidemocráticos e de desinformação nas redes sociais. O tema, sensível em diversos países, ganhou repercussão especial por ter sido abordado em um cenário diplomático de alto nível.