Justiça americana condena Johnson & Johnson a pagar US$ 572 mi por difundir opioides

Simon Dawson/Bloomberg
Simon Dawson/Bloomberg

A companhia multinacional “Johnson & Johnson” foi condenada a pagar US$ 572 milhões, valor equivalente a aproximadamente R$ 2,37 bilhões, após entendimento de que seus produtos contribuíram na crise de vício em opioides e causaram danos ao estado de Oklahoma.

As substâncias que ocasionaram a condenação têm efeito analgésico, ou seja, aliviam a dor, mas também são usadas em drogas ilegais, como a heroína, e causam dependência.

Segundo a Agência France Press, a intenção da empresa é de recorrer da condenação. O texto ainda afirma que a decisão pode afetar os rumos de outros quase 2 mil processos apresentados contra fabricantes de opioides em várias jurisdições do país.

Os Estados Unidos vêm sendo alvo de uma crise de vício em opioides e já contabilizou mais de 70 mil mortes por overdose só em 2017.

Responsável pela decisão, o juiz do condado de Cleveland (Oklahoma), Thad Balkman, disse que os promotores demonstraram que a Johnson contribuiu para a crise porque fomentou o consumo de analgésicos de receita médica que são altamente viciantes. Balkman disse ainda que o laboratório Janssen, da divisão farmacêutica da “Johnson & Johnson”, adotou práticas de “propaganda enganosa e promoção de opioides”, o que levou a uma crise de dependência desses analgésicos, mortes por overdose e um aumento das síndromes de abstinência neonatal no estado americano.A companhia produziu e vendeu os comprimidos Nucynta (Tapentadol) e o adesivo Duragesic, que contém fentanil, um dos opioides sintéticos mais potentes, inventado pelo laboratório. Segundo a France Press, o adesivo era prescrito a pacientes com câncer para tratar dores agudas. Para o juiz, a Johnson enganou médicos e pacientes ao promover por meio de campanhas de publicidade e financiamento de pesquisa e “educação”, afirmando que a dor não estava sendo tratada o suficiente e que “havia um baixo risco de abuso”. “Os acusados usaram o termo ‘pseudodependência’ para convencer os médicos de que os pacientes que exibiam sinais de dependência (…) na realidade não sofriam de dependência, mas de tratamento insuficiente da dor”, disse Balkman. (Bahia Notícias)

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