O Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou os novos chefes da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta segunda-feira, 2. A medida ocorreu após a exoneração da cúpula da PF indicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O delegado Andrei Rodrigues foi nomeado o novo diretor-geral da corporação. Já para o comando da PRF foi confirmado o nome de Antonio Fernando Souza Oliveira.
As alterações foram publicadas no Diário Oficial da União e assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Até o momento, mesmo com a dispensa da cúpula anterior da PF, somente o nome do novo diretor-geral foi oficializado.
O escolhido para chefiar a PF ocupava a função de coordenador da segurança de Lula. Anteriormente, em 2010, Andrei atuou na segurança da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e era próximo do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, conforme o jornal Folha de S. Paulo.
delegado também foi secretário extraordinário de Segurança de Grandes Eventos, responsável pela Copa do Mundo em 2014 e pelos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com a publicação, o novo diretor-geral da PF já escolheu alguns nomes para integrar a equipe, a exemplo do delegado Ricardo Saadi. Ele deve ocupar um dos principais cargos,o de diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado. Ele comandou, entre abril de 2018 e agosto de 2019, a Superintendência da PF no Rio de Janeiro e foi exonerado da função em meio a suspeitas de interferência de Bolsonaro.
A nomeação do novo chefe da PRF acontece após recuo do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), que chegou a anunciar o nome do delegado Edmar Moreira Camata para o posto. A nomeação não agradou a cúpula petista por ele ser um apoiador da operação Lava Jato e da prisão de Lula.
Antonio Fernando Oliveira, escolhido por Dino, foi superintendente da corporação no Maranhão, é formado em Direito e está na PRF desde 1994.
A PF e PRF são duas áreas sensíveis sob a tutela do Ministério da Justiça. A PRF foi alvo de investigações e críticas por conta da aproximação com o ex-presidente Bolsonaro. O ex-diretor-geral Silvinei Vasques é investigado por ter usado as suas redes sociais para pedir votos para Bolsonaro antes do pleito eleitoral. Na sequência, ele foi acusado de ordenar bloqueios em rodovias nos dias da eleição, sendo que, no segundo turno, as abordagens passaram do dobro das realizadas no primeiro turno.
Por último, ele também responde por omissão, diante dos bloqueios ilegais feitos por eleitores de Bolsonaro após o resultado da eleição presidencial. (AT)