O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (6) que o Brasil não romperá relações diplomáticas com o regime de Nicolás Maduro, mesmo diante do impasse em torno do resultado das eleições presidenciais de julho e da repressão à oposição venezuelana. Embora critique a conduta de Maduro e não reconheça sua vitória, Lula rejeita a ideia de sanções econômicas contra o país, argumentando que essas medidas penalizam a população.
Em entrevista a veículos de comunicação em Goiânia, onde participou de eventos oficiais, Lula ressaltou que o Brasil e a Colômbia mantêm uma posição conjunta sobre a crise venezuelana. Ele defendeu duas possíveis soluções para a situação: a convocação de novas eleições ou a formação de um governo de coalizão.
“Não reconhecemos o resultado das eleições, mas também não concordamos com punições como bloqueios, que acabam prejudicando o povo, não o governo”, destacou Lula.
O presidente brasileiro também criticou a prisão do opositor Edmundo González, candidato na eleição de julho, em uma nota conjunta com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Eles afirmaram que a prisão compromete os compromissos democráticos assumidos pelo governo venezuelano e dificulta a busca por uma solução pacífica através do diálogo.
A crise política na Venezuela se intensificou desde a eleição de julho, em que Maduro foi declarado vencedor, apesar da rejeição de líderes regionais e da oposição, que alega falta de transparência no processo eleitoral.