Malhar tomando choque? Treino promete resultados em menor tempo

Para você, 1h30 parece muito tempo? Pense em um filme: é uma duração comum, certo? Já para ficar preso no trânsito, pode ser um terror. E para malhar? Seria um tempo bom ou muito longo? E se desse para trocar 1h30 na academia por 20 minutos – e obter os mesmos resultados? É isso que promete a eletroestimulação muscular.

A tecnologia, cada vez mais forte em Salvador, funciona com a ajuda de um traje, que os alunos devem vestir para fazer o treino. Essa roupa possui uma série de eletrodos que ficam espalhados pelo corpo e estimulam, o mesmo tempo, até 350 músculos. Isso é feito através de pequenos choques, que podem ser mais leves ou fortes a depender da intensidade que o personal trainer coloca. 

O treinamento é feito com um traje especial, que possui eletrodos
(Foto: Thiago Teixeira/Divulgação)

“Já em um treino comum, você recruta poucos músculos de uma única vez,  pois os aparelhos são feitos para isolar o trabalho muscular – e nem sempre se adequam a todos os biotipos. E os exercícios que englobam muitos músculos ao mesmo tempo são complexos de realizar e exigem previamente algumas capacidades específicas como coordenação motora e um bom nível de condicionamento físico”, defende Keko Rodrigues, diretor técnico da XBody Brasil. 

Nas academias de eletroestimulação, não é preciso ‘puxar ferro’ – os exercícios são simples e dinâmicos, como agachamento, prancha, flexão, abdominais… Mas também dá para combinar com esportes que o aluno goste, como boxe e ciclismo.

A tecnologia já é conhecida há um bom tempo na área da fisioterapia. “Pode ser utilizada em pacientes acamados, idosos ou em pós-cirurgicos, fazendo com que aqueles músculos que estão em desuso sejam exigidos – dando mais resistência e potência a eles”, explica a fisioterapeuta Verena Sampaio, especializada nas áreas ortopédica, desportiva e hidroterápica e professora da Unijorge. “Também vemos um resultado efetivo em atletas”, continua.

Entre os esportistas que já apareceram com o equipamento, estão o velocista Usain Bolt e o jogador de futebol Karim Benzema. 

Bolt já posou com a roupa especial
(Foto: Reprodução)

Mais gasto calórico
Como a tecnologia estimula uma maior quantidade de músculos, Keko explica que o organismo é obrigado a gastar mais calorias durante e após o treinamento. O jornalista e blogueiro Pedro Hijo sentiu esses efeitos na pele. “Saí do treino como se tivesse corrido uma maratona e as dores musculares, comuns a um treino intenso, foram fortes no dia seguinte”, conta.

Pedro sentiu bem os efeitos do treino
(Foto: Renato Alban/Divulgação)

“Você consegue ver resultados a partir da oitava sessão. E, como são sempre 20 minutos, dá para encaixar na rotina”, afirma Mateus Bulhões, um dos sócios da Eletric Body, no Itaigara.  

Outra vantagem, lembrada por Keko, é a redução de impactos. “Você é mantido em uma melhor postura para execução dos exercícios, protegendo as articulações, já que os eletrodos internos do colete são conectados diretamente nos músculos alvos, evitando lesões decorrentes da prática”.

Segundo Verena, mesmo na fisioterapia, dá para perceber aumento muscular, diminuição de gordura localizada e até redução de celulite.

Entre as vantagens, está até a diminuição de celulite
(Foto: Thiago Teixeira/Divulgação)

Mas todo esse treinamento custa caro: os planos podem passar de R$ 1 mil. Para o educador físico Igor Conterato, professor da Unifacs, esses mesmos resultados podem ser encontrados  em uma academia tradicional.

“Dá para fazer em 20 minutos o mesmo volume e intensidade de 1h de treino – só que você precisa estar muito bem acompanhado, com um personal que entenda suas necessidades”, diz.

(Correio)

google news