Um baiano já pode estar imunizado pela vacina contra o novo coronavírus. Isso porque o médico Danilo Leite, nascido em Itabuna, voluntário da pesquisa da vacina projetada pela Universidade de Oxford em parceria com a Unifesp, já recebeu uma dose da vacina.
Morando em São Paulo, onde faz residência médica em Ortopedia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) após se formar pela Universidade Federal da Bahia em 2018, Danilo contou que não sentiu medo de candidatar para o estudo experimental.
“Eles explicaram a composição da vacina, não tive medo. Eles não utilizam o próprio vírus, utilizam apenas proteínas da superfície dele, então nao tem risco de desenvolver o coronavírus pela vacina. Eles apresentam direitinho. Nos deixa bem tranquilos”, disse o médico aos risos ao Bahia Notícias.
Como o teste é realizado no formato “duplo cego” – quando nem pesquisador nem paciente sabem se estão tomando a vacina de fato conhecida como ChAdOx1nCov-19 ou a vacina MenACWY, usada para meningite – sendo assim, o baiano não sabe ainda se está imune ao novo coronavírus. Em São Paulo, um grupo de 1.000 pessoas tomou a dose da vacina de teste, enquanto outras 1.000 pessoas recebeu a vacina popularmente chamada de “placebo” para o combate a Covid-19.
Além dos 2.000 voluntários selecionados para participarem do estudo no estado, outros 2.000 voluntários também já estão sendo testados no Rio de Janeiro. Inicialmente, quem se candidata, recebe informações sobre a pesquisa, composição da vacina e é coletado sangue para realização de exame sorológico para saber se, devido a uma possível exposição prévia ao vírus, o candidato já possui imunidade. Caso já fosse imune ao coronavírus, o candidato seria excluído da pesquisa.
Com mais de 24 horas da aplicação da vacina, já que Danilo recebeu a vacina na última terça-feira (14), o baiano não apresentou nenhum sintoma. Ponto que ainda causa medo em algumas pessoas, já que o teste alerta para alguns possíveis sintomas, como: dor no local, vermelhidão pela aplicação da vacina, além de sintomas gripais, como: febre, dor no corpo, dor de cabeça, náuseas e mal-estar geral.
“Seremos acompanhados com exames sorológicos após 1, 3, 6 e 12 meses da aplicação da vacina. O objetivo dos exames sorológicos é avaliar se a vacina realmente confere imunidade ao coronavírus”, explica Leite.
Em Salvador o projeto para voluntários já está na fase de inscrição e começou a entrevistar candidatos e a realizar exames. As inscrições estão abertas na capital baiana.