Médicos detectam “morte óssea” em pacientes com covid na Índia

Foto: Divulgação

Dois meses após surto de mucormicose, ou fungo negro, no país, três casos de morte de tecidos ósseos depois de contaminação por covid-19 foram comprovados em Mumbai, na Índia,

A necrose avascular, também conhecida como osteonecrose, caracteriza-se pela perda temporária ou permanente da irrigação de sangue aos ossos e pode ser a próxima condição debilitante entre os pacientes pós-covid. De acordo com o Times of India, os médicos temem que mais casos sejam confirmados ​​nos próximos meses.

De acordo com o jornal, 3 pacientes jovens com menos de 40 anos foram tratados no Hinduja Hospital, localizado no bairro de Mahim, depois de desenvolverem necrose avascular. Eles adquiriram a condição 2 meses depois de receberem tratamento para a covid-19.

“Esses pacientes desenvolveram dor no osso do fêmur (a parte mais alta do osso da coxa) e, como eram médicos, reconheceram os sintomas e correram para o tratamento’‘, afirma o Dr. Sanjay Agarwala, diretor médico do Hospital Hinduja.

Um estudo publicado por ele na revista médica “BMJ Case Studies” associa a morte dos tecidos ósseos ao uso de esteróides para tratar pacientes infectados com o novo coronavirus. Segundo Agarwala, o “uso em larga escala de corticosteróides que salvam vidas” em casos de covid-19 pode resultar no ressurgimento de necrose avascular.

Fungo Negro

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, alertou, no dia 21 de maio, para um “novo desafio” no enfrentamento da pandemia. Médicos do país identificaram uma infecção causada por fungos em pacientes sendo tratados para a covid-19.

“Fungo negro” é como a infecção está sendo chamada. A mucormicose, que é o nome correto da doença e causa o escurecimento da pele, principalmente na área do nariz. Outros sintomas que acompanham a mudança de coloração são: visão turva ou dupla, dor na região do peito, dificuldade para respirar e tosse com sangue.

Essa infecção fúngica, segundo o Instituto de Ciência Médica de Toda a Índia (AIIMS), tem como base o uso de esteroides no tratamento da covid-19. A diabetes descontrolada também pode fazer com que a doença ocorra.

Variante

Em maio deste ano, depois de ser associada ao agravamento da pandemia na Índia e no Reino Unido, a variante Delta foi declarada como cepa de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Detectada pela 1ª vez na Índia, a variante Delta é transmitida com maior velocidade em comparação às outras cepas, disse a OMS em 21 de junho. “É a variante mais rápida e pode facilmente afetar os mais vulneráveis”, afirmou o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, em entrevista coletiva.

“Essa variante nos preocupa muito e já está circulando em 92 países”, completou Maria Van Kerkhove, chefe da célula técnica anticovid-19 da OMS.

O Brasil registrou em 25 de junho a 1ª morte por causa da cepa Delta do coronavírus. A mulher infectada estava grávida e tinha 42 anos. (A Tarde)

google news