MP-GO denuncia João de Deus mais uma vez por abusos sexuais

Foto: Rodrigo Gonçalves/G1

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou João de Deus mais uma vez por crimes sexuais. Segundo o órgão, neste caso, ele responde por estupro de vulnerável contra seis vítimas. Os crimes, apontam a investigação, teriam ocorrido em uma sala privada durante os atendimentos espirituais que realizava, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal.

Está é a 9ª denúncia contra o médium. Ele se tornou réu nas outras oito após a Justiça acolher os pedidos do MP (veja abaixo). Ele sempre negou as acusações.

O G1 entrou em contato com o advogado de João de Deus, Alberto Toron, por mensagem de texto, às 9h23 desta terça-feira (28) e aguarda retorno.

O médium foi preso em 16 de dezembro do ano passado. João de Deus foi internado no Instituto de Neurologia de Goiânia em 22 de março a pedido da defesa e com autorização da Justiça. O G1 entrou em contato com a unidade de saúde na manhã desta terça-feira e aguarda retorno.

De acordo com o MP, duas vítimas são do Paraná. As outras residem no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Os promotores informaram que uma das mulheres é cega e que todas as outras apresentavam algum tipo de vulnerabilidade que justifique a tipificação do crime.

O órgão revelou ainda que constam com testemunhas desta denúncia outras quatro vítimas, cujos crimes já prescreveram.

Réu em oito processos

O Ministério Público já havia denunciado o médium oito vezes. A Justiça aceitou cada uma das denúncias — o que torna João de Deus réu em todos os processos. No total, contanto a nona denúncia, são 32 vítimas.

  • Quatro por crimes sexuais: dois deles já tiveram audiência realizada e os outros dois estão com audiência marcada;
  • Um por crimes sexuais, corrupção de testemunha e coação: ainda não teve audiência;
  • Um por crimes sexuais e falsidade ideológica: atualmente está em fase de citação (comunicação ao réu);
  • Dois por posse ilegal de armas de fogo e munição: um já teve audiência realizada. O TJ não deu detalhes sobre o outro caso.

Trâmite

De acordo com o Tribunal de Justiça, João de Deus ainda não foi ouvido em nenhum dos processos acima — o interrogatório será o último ato da fase de “instrução”. Depois da instrução, vêm as alegações finais da defesa de João de Deus e do Ministério Público e, então, a sentença.


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