Mulheres representam apenas 28% dos graduados em engenharia

Mulheres representam apenas 28% dos graduados em engenharia

No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, novos dados mostram que cerca de 40% dos graduados em ciência da computação e informática são do sexo feminino; em mensagem sobre a data, secretário-geral das Nações Unidas diz que promover igualdade nestes setores é essencial para um futuro melhor. 

Em todo o mundo, as mulheres ainda representam apenas 28% dos graduados em engenharia e 40% dos graduados em ciência da computação e informática. A informação faz parte do Relatório de Ciências da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, publicado esta quinta-feira. 

Pesquisa 

Todos os anos, em 11 de fevereiro, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.  A pesquisa da Unesco aponta disparidades maiores em áreas altamente qualificadas, como inteligência artificial, onde apenas 22% dos profissionais são mulheres. 

Fundadoras de startups também lutam mais para ter acesso a financiamento e, em grandes empresas de tecnologia, continuam sub-representadas em cargos de liderança e técnicos. Mulheres  também são mais propensas a deixar o campo de tecnologia, muitas vezes citando fracas perspectivas de carreira. 

Nas universidades, as pesquisadoras tendem a ter carreiras mais curtas e menos bem pagas. Embora representem 33,3% de todos os pesquisadores, apenas 12% dos membros das academias de ciências nacionais são mulheres. 

Mensagem 

Em mensagem sobre a data, o secretário-geral da ONU disse que “promover a igualdade de gênero no mundo científico e tecnológico é essencial para a construção de um futuro melhor.” Segundo António Guterres, isso foi visível na luta contra a Covid-19. As mulheres, que representam 70% de todos os profissionais de saúde, estão entre as mais afetadas pela pandemia e entre os que lideram a resposta à pandemia. 

 As desigualdades de gênero aumentaram dramaticamente no último ano, à medida que as mulheres carregam com o peso do encerramento das escolas e do teletrabalho. 

Muitas cientistas são confrontadas com laboratórios fechados e maiores responsabilidades de cuidados, ficando com menos tempo para a investigação. Para as mulheres no campo científico, esses desafios agravaram uma situação que já era difícil. 

Segundo Guterres, “mulheres e as meninas pertencem à ciência”, mas “os estereótipos afastaram as mulheres e as meninas de campos relacionados com a ciência.” Ele diz que “é hora de reconhecer que mais diversidade promove mais inovação.” 

Apelo 

Para o secretário-geral, sem mais mulheres nas ciências, “o mundo continuará a ser projetado por e para homens, e o potencial de meninas e mulheres permanecerá inexplorado.” 

O chefe da ONU apela à comunidade internacional para garantir que as meninas têm acesso à educação que merecem e que possam ver um futuro em áreas como engenharia, programação de computadores, tecnologia em nuvem, robótica e ciências da saúde. 

Segundo Guterres, o aumento da participação das mulheres no mundo da ciência pode reduzir a disparidade salarial de gênero e aumentar os rendimentos das mulheres em US$ 299 bilhões nos próximos dez anos. 

Além disso, as competências científicas são cruciais para acabar com as disparidades de utilização da internet.   

Fonte: Nações Unidas

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