No Dia da Amazônia Azul, Marinha troca celebrações por combate ao óleo no litoral

Comemoração, realizada todos os anos no dia 16 de novembro, deu lugar à busca e contenção da substância chegou a dez estados brasileiros. Foto: Reprodução/TV Globo

Em 2019, o Dia Nacional da Amazônia Azul é celebrado neste domingo (16). Anualmente, desde 2015, a Marinha do Brasil realiza uma comemoração para lembrar da importância do mar brasileiro. Neste ano, porém, diante do desastre ambiental causado pelas manchas de óleo no litoral, os esforços são concentrados no combate à substância, em uma ação chamada “Operação Amazônia Azul, Mar limpo é Vida!”.

A Amazônia Azul é uma zona econômica marítima exclusiva do Brasil. O país tem o direito de explorar cerca de 5,7 milhões de quilômetros quadrados de oceano, o que equivale a, aproximadamente, metade da massa continental brasileira.

Essa área passou a ser chamada de Amazônia Azul justamente para indicar à sociedade a importância dessa faixa do oceano, já que é dela que saem cerca de 85% do petróleo, 75% do gás natural e 45% do pescado produzido no país.

A comemoração, desta vez, será feita de uma forma diferente, de acordo com o comandante-em-chefe de Esquadra, vice-almirante José Augusto Vieira da Cunha de Menezes.

“É uma comemoração junto com a sociedade brasileira, outros órgãos, outras forças armadas e voluntários. Ao longo da costa Norte e Nordeste do país, do [município do] Oiapoque (AM) ao Norte do Espírito Santo, nós estamos irmanados com a população para nos contrapormos ao crime ambiental da poluição por óleo”, disse ele.

As manchas de óleo, que já atingem o litoral de dez estados brasileiros, começaram a aparecer no final de agosto. Das 111 cidades afetadas, 107 estão nos nove estados nordestinos, e quatro no Espírito Santo. Segundo órgãos federais, a substância é a mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno tem afetado a vida de animais marinhos e causado impactos nas cidades litorâneas.

De acordo com o balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na quarta-feira (13), chegou a 527 o número de locais afetados.

Esforços

A operação que combate os efeitos causados pelo óleo no litoral dos nove estados do Nordeste e do Espírito Santo, no Sudeste, conta com:

  • Mais de 4,8 mil oficiais da Marinha, que estão nos locais afetados desde 4 de novembro;
  • 5 mil militares e 140 viaturas do Exército;
  • 140 servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
  • 80 servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
  • 440 funcionários da Petrobras;
  • 34 navios, sendo 30 da Marinha e quatro da Petrobras;
  • 11 aeronaves da Marinha, seis da Força Aérea Brasileira, três do Ibama e duas da Petrobras.

No dia 10 de novembro, chegaram a Pernambuco os dois maiores navios da Marinha, o Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico e o Navio Doca Multipropósito Bahia. Eles passaram a servir como bases de coordenação e distribuição do efetivo na costa dos estados afetados. (G1)


google news