Polícia Federal interceptou uma liderança da facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) que declarou que o grupo tinha um ‘diálogo cabuloso’ com o PT e criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, de acordo com o Estadão. De abril deste ano, os telefonemas foram obtidos pela reportagem e captados pela Operação Cravada, que mira o núcleo financeiro da organização.
Na quarta-feira (7), a PF deflagrou a operação em sete estados, em uma investida contra a facção, que terminou com 28 presos e com o bloqueio de 400 ligadas ao PCC.
No relatório de interceptações telefônicas, a PF diz que os indicativos de vínculos da facção com com partidos políticos não estão dentro dos objetivos da investigação e, por conta disso, teria a necessidade de “encerrar a chamada fase sigilosa da investigação”.
Um dos alvos da PF é Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como “Elias” ou “Veio”, que conversa com André Luiz de Oliveira, o “Salim”.
Em uma das conversas, Elias diz a Salim: “Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse MORO aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar”.
“Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano….”, diz Elias.
Em resposta, a assessoria de imprensa do PT afirmou que “esta é mais uma armação como tantas outras forjadas contra o PT, e vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas”.
“Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele”, defendeu.
(Metro 1)