Os 8 indicados ao Oscar de Melhor Filme

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“Nomadland”
Os personagens de “Nomadland” vagam por estradas dos EUA sem serem enquadrados por condescendência ou julgamentos morais. Eles têm nuances como as de pessoas reais – ou exatamente isso, no caso dos coadjuvantes não-atores que interpretam a si mesmos. Mas a base é ficcional, fruto de uma dobradinha que confirma a vocação da atriz Frances McDormand de encarnar a alma da América profunda (como em “Fargo” e “Três anúncios para um crime”, pelos quais ganhou seus dois Oscars) e faz despontar a diretora e roteirista chinesa Chloé Zhao.

“Meu pai”
O que torna “Meu pai” uma experiência impactante para o espectador é a maneira que o diretor francês Florian Zeller, com uma longa carreira no teatro e estreando no cinema, resolve contar a história. Inspirado na peça que ele escreveu (e foi encenada no Brasil) Zeller faz com que o público acompanhe o drama do personagem de Anthony Hopkins (impecável) sem saber o que é verdade e o que não é, como se a mente do protagonista fosse um labirinto.

“Minari – Em busca da felicidade”
Não é preciso ser sul-coreano ou de uma família de imigrantes para aproveitar a beleza de “Minari”. Com sensibilidade e profunda atenção a detalhes, o pouco conhecido diretor e roteirista Lee Isaac Chung (indicado nas duas categorias) conta uma história que parece bem particular à primeira vista, mas que ressoa sentimentos e sensações universais. De quebra, ainda comanda atuações maravilhosas de um elenco encabeçado por Steven Yeun (“The walking dead”) e pela veterana atriz sul-coreana Youn Yuh-Jung.

“O som do silêncio”
Ao explorar com habilidade o contraste entre os momentos de quietude e a atuação avassaladora e equilibrada de seu protagonista, “O som do silêncio” foi um dos melhores filmes de 2020. Na superfície, parece ser uma história clichê sobre um baterista metaleiro revoltado ao perder a audição por causa de uma condição rara, e sua busca por uma cirurgia que o faça ouvir. Graças à sensibilidade do diretor estreante Darius Marder e da atuação equilibrada de Riz Ahmed, o filme se desenvolve em um retrato comovente sobre a transição entre vidas distintas.

“Judas e o Messias Negro”
Dirigido por Shaka King, estreante na direção em um grande estúdio, o filme mostra como o jovem ativista Fred Hampton (Daniel Kaluuya, de “Corra!”) ascendeu no movimento Panteras Negras, em 1969. Inspirado em uma história real de um informante do FBI infiltrado, o roteiro mantém um clima de tensão. King se mostra seguro na condução da trama e bota o suspense sempre em alto nível, sem exageros.

“Mank”
Com a ajuda de um elenco inspirado pela atuação de um Gary Oldman (“O destino de uma nação”) no auge, o cineasta foca nos bastidores pouco conhecidos da obra-prima de Orson Welles, “Cidadão Kane” (1941), mas também entrega um novo clássico. Tudo isso com uma fotografia em preto e branco belíssima e diálogos com frases de efeito. Sem compromisso com um retrato fiel da realidade, “Mank” acerta ao se aprofundar na história do roteirista Herman J. Mankiewicz (Oldman).

“Bela vingança”
“Bela vingança” é um conto de terror moderno, divertido e hipnotizante e o filme que melhor resume a era do “Me too”. Com humor ácido, o longa de Emerald Fennell (“Killing Eve”) relata uma vingança feminista, um acerto de contas fictício contra a impunidade. O roteiro segue Cassie (Carey Mulligan). Ela sai à noite disposta a dar uma lição em homens que se acham bonzinhos demais, mas não perdem a oportunidade de tentar se aproveitar de mulheres bêbadas.

“Os 7 de Chicago”
“Os 7 de Chicago” tem tudo o que um filme bem cotado no Oscar geralmente tem: elenco estrelado, história real, patriotismo e temas atuais (racismo, violência policial, polarização, enfrentar as diferenças por uma causa maior). O filme roteirizado e dirigido por Aaron Sorkin (“A Rede Social”) é uma boa aula de história, mas patina para encontrar o tom e o ritmo certos. (Fonte: G1)

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