Pesquisa do CNJ revela que magistrados são cautelosos em publicações em redes sociais

Foto: Divulgação

Uma pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) revela que os magistrados usam as redes sociais com cuidado, sobretudo ao publicar ou comentar conteúdo nas principais plataformas digitais. A pesquisa ouviu 3,5 mil magistrados, o que representa quase 20% da magistratura brasileira.

Por meio de e-mail, os magistrados manifestaram preocupação quanto a quem tem acesso a suas publicações: 64,3% deles só permitem que amigos acessem seus perfis e 35,7% restringem o acesso a familiares. Apenas 15,5% dos magistrados que responderam à pesquisa mantém perfis públicos, sem limites de acesso para desconhecidos. Outra preocupação da categoria é relativa à exposição do vínculo funcional nas redes. Embora 80,6% dos respondentes se identifiquem pelo nome próprio, não revelam que são juízes.

A interação com publicações também merece atenção dos magistrados: 73,4% dos magistrados respondentes afirmaram utilizar medidas de segurança ao postar ou ao comentar nas redes sociais. A maioria absoluta dos magistrados que participaram da pesquisa – 87% – responderam que já aconselharam ou advertiram a parentes em relação ao uso das redes sociais. Praticamente a metade dos ouvidos na pesquisa – 46% – proíbe familiares e amigos de os marcarem em postagens (comentários e fotos). Apesar de 97% deles dizerem que usam as redes sociais para finalidades pessoais, 48% as utilizam para fins profissionais e consideram que as questões profissionais são a segunda maior vantagem de sua utilização.

Quanto ao conteúdo, embora a maioria deles (59%) tenha afirmado compartilhar principalmente conteúdo relativo a hobbies e interesses pessoais, 46% também publicam sobre informações públicas e atualidades e 43% sobre questões jurídicas. Entre os motivos apontados para tanta cautela no uso das plataformas de relacionamento, estão as possíveis ameaças à segurança do magistrado e de suas famílias (62,9%). Falta de privacidade (56,7%) e o perigo de se tornar vítima de abuso online (45,6%) a possibilidade de comportamentos antiéticos (39,5%) foram apontados como um risco pelos magistrados usuários de redes sociais.

Entre os magistrados que responderam ao questionário, 86,9% deles afirmaram utilizar os aplicativos de mensagens privadas como WhatsApp, Telegram e Imessage. Redes sociais de música (Spotify, Apple Music) ficaram em segundo lugar da preferência (58,3%), seguidos por Instagram (54,7%) e o Facebook, a rede social mais utilizada no mundo segundo pesquisas internacionais recentes, é a quarta plataforma mais utilizada pela magistratura (52,8%). “O que nos chamou a atenção foi a informação de que poucos de capacitaram no assunto, mesmo considerando alto os riscos que as redes sociais trazem. Eles admitiram não conhecer as opções de restrição para aumento de privacidade e nem conversam com suas famílias sobre o assunto. Observo aqui um bom espaço para trabalhar e criar mais cursos de capacitação”, afirmou Carl Olav Smith, juiz auxiliar da Secretaria Especial de Programas, Pesquisas e Gestão Estratégica da Presidência do CNJ.

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