A Polícia Federal descobriu neste sábado (14) um documento intitulado “Operação 142”, que delineava um plano golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República após sua vitória nas eleições de 2022.
O material foi encontrado em uma pasta marcada como “memórias importantes”, durante uma operação de busca na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília.
O documento estava na mesa do coronel do Exército Flávio Peregrino, ex-assessor do general Walter Braga Netto.
Segundo as investigações, o plano incluía um suposto “decreto de instauração de estado de exceção” baseado em uma interpretação distorcida do artigo 142 da Constituição Federal, que trata das Forças Armadas.
Além do mandado de busca contra Peregrino, Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, foi preso neste sábado no âmbito da mesma investigação. Ele se encontra sob custódia da Polícia Federal, no Rio de Janeiro.
Detalhes do plano golpista
O documento “Operação 142” revelava estratégias para anular o processo eleitoral e substituir ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a realização de novas eleições. O objetivo final era impedir que Lula “subisse a rampa” do Palácio do Planalto, efetivamente bloqueando a transição de poder.
Entre as ações previstas estavam a convocação do Conselho da República e do Conselho de Defesa, a interrupção da transição governamental, e a mobilização de juristas para justificar legalmente as medidas. Também se planejava um discurso em cadeia nacional para obter apoio popular e preparar as Forças Armadas para ações diretas.
Indiciamento
A PF indiciou Jair Bolsonaro, Braga Netto e outras 35 pessoas por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
A denúncia aponta não apenas a intenção de subverter a ordem democrática, mas também a inclusão de planos para eliminar fisicamente líderes do governo eleito, como o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.