Pobreza entre crianças e adolescentes cai, mas desigualdades persistem

A pobreza extrema também diminuiu, caindo de 23,8% para 18,8% no período.

O estudo “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, divulgado pelo Unicef, revela avanços importantes desde 2017, com uma queda na pobreza multidimensional entre crianças e adolescentes. Em 2023, 28,8 milhões de menores de 17 anos estavam em situação de privação, representando 55,9% da população dessa faixa etária, uma redução em relação a 2017, quando o percentual era de 63%. A pobreza extrema também diminuiu, caindo de 23,8% para 18,8% no período.

Os principais fatores para essa melhoria incluem a ampliação de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial. Estes benefícios ajudaram a tirar 4 milhões de crianças e adolescentes da pobreza em 2023, um aumento significativo em comparação aos 750 mil de 2019. Além disso, indicadores como o acesso à informação, água, saneamento e moradia apresentaram melhoras expressivas, embora o trabalho infantil e a insegurança alimentar ainda permaneçam como desafios.

Apesar das melhorias, desigualdades persistem, especialmente entre grupos étnicos. Crianças e adolescentes negros continuam sendo os mais afetados, com 63,6% vivendo em pobreza multidimensional, contra 45,2% entre brancos. As disparidades geográficas também são evidentes: 95,3% das crianças em áreas rurais enfrentam privações, comparado a 48,5% nas áreas urbanas, sendo o saneamento básico o maior fator de desigualdade.

O Unicef alerta para a importância de garantir os direitos das crianças na infância, uma vez que a falta de acesso a serviços essenciais pode comprometer seu desenvolvimento e, consequentemente, impactar a economia do país a longo prazo.

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