O Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc) decidiu suspender a paralisação de 24 horas que chegou a começar na manhã desta terça-feira (11). A decisão foi tomada depois que o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) declarou o movimento ilegal e estipulou multa por descumprimento.
A categoria decretou a paralisação alegando descaso por parte do governo em relação aos protocolos de segurança em combate ao coronavírus. A carreata, saindo do prédio da Polícia Civil da Bahia, na praça da Piedade, em Salvador, em direção ao prédio da Governadoria no Centro Administrativo da Bahia (CAB), está mantida.
O presidente do Sindpoc, Eustácio Lopes, disse que vai protocolar um pedido para a implementação das medidas de segurança para evitar a contaminação do coronavírus.
“Nós vamos manter a carreata até a governadoria e protocolar ofício ao governador pedindo providência na implantação do protocolo de biossegurança, porque hoje nós temos 489 policiais civis infectados e seis óbitos. Por parte da Polícia Civil existe uma omissão em proteger a vida dos policiais civis e dos baianos que visitam as delegacias”, disse Eustácio.
O vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia da Bahia (Adpeb), Élcio Brandão, disse que o motivo da paralisação era uma pauta conjunta dos servidores.
“É uma pauta conjunta que envolve todas as entidades de classe. Nós só estamos pedindo ao governador do estado um protocolo de biossegurança. Não é possível que mais de 100 dias da pandemia, policiais civis mortos, muitas delegacias não têm nem água, nem material de higiene. Não estamos falando de álcool em gel, nem coisas que se encontram em qualquer lugar, até em mercadinho de bairro. Estamos falando de delegacias sem água, delegacias com vazamento, sem nenhuma condição de abrigar os policiais civis e muito menos a população. Ao invés de proteger a população, nós estamos expondo a população, a partir do momento em que ela vai em delegacias insalubres e sem nenhum equipamento de combate e de prevenção à Covid”, falou Élcio.
O G1 entrou em contato com a Polícia Civil da Bahia, para saber o posicionamento da instituição com relação à situação dos servidores. A polícia emitiu nota reafirmando a decisão do TJ-BA e informou que a ação para declarar a ilegalidade da greve foi proposta pelo governo, por meio da Procuradoria Geral do Estado.
A Polícia Civil da Bahia não respondeu sobre as reivindicações dos servidores públicos. (G1)