Professor que criou holografia para ajudar no ensino desenvolve projeção em tamanho real na sala de aula

Foto: arquivo pessoal

Após muita dedicação e criatividade para fazer holografias caseiras com técnicas do tridimensionalismo para ajudar no ensino dos alunos, o professor de arte Alberto Rodrigues dos Santos, de Piraju (SP), aperfeiçoou um de seus projetos e criou novas projeções em tamanho real para incentivar os alunos durante as aulas.

Neste novo projeto, a holografia em tamanho real foi feita para ser utilizada na escola com relatos dos próprios alunos que estão frequentando as aulas presenciais.

No entanto, segundo o professor, para aqueles que seguem nos estudos a distância, ele produziu, higienizou e enviou para a casa dos estudantes cerca de 50 displays para que eles acompanhassem as histórias contadas pelos colegas em sala de aula.

O “professor do holograma” contou que a holografia em tamanho real, como meio de comunicação e expressão, sobretudo em tempos de distanciamento social, pode dar voz aos alunos e incentivá-los a compartilhar experiências e histórias vivenciadas por eles.

“Meu maior problema em relação à isso foi pensar como eu poderia ajudá-los nessa atividade de troca de relatos e a minha solução foi um holograma em tamanho real”, diz.

De acordo com ele, a ideia de aperfeiçoar um projeto anterior e criar uma holografia em tamanho real se concretizou depois do anúncio da retomada das aulas presenciais no início do ano.

“Logo já comecei a pensar na possibilidade de não deixar nenhuma das crianças para trás do projeto, porque há alunos novos. Então fiz uma unificação do projeto anterior, ‘professor holográfico’, e esse novo projeto em tamanho real. É apenas um aperfeiçoamento do anterior”, relatou Alberto.

Para ele, o fato de ter uma equipe na gestão escolar participativa abriu caminhos para outras possibilidades e desenvolver novos projetos aos alunos, sendo um deles, o projeto que abordava questões sobre o consumo e foi contemplado com um prêmio que incentiva ideias inovadoras no ano passado.

“É uma equipe muito ativa e participativa, que nos ajuda e incentiva na criação de projetos dentro da escola e não nos deixa sozinhos”, conta.
Criação em tamanho real.

Para criar as holografias em tamanho real o professor explicou que foi necessário realizar diversos testes em superfícies transparentes e aplicar verniz para deixar a aparência mais opaca. Em seguida, ele posicionou o material de acrílico sobre uma mesa, gravou os relatos e projetou na parte traseira da superfície transparente.

“Tudo foi feito de maneira simples e com materiais possíveis e fáceis de serem encontrados”, explica.

De acordo com ele, para as turmas que estão frequentando as aulas presenciais, há um holograma em tamanho real que é compartilhado na escola entre eles, seguindo todos os protocolos sanitários.

“Quando falamos em holografia, as pessoas acreditam que é algo praticamente impossível, mas a questão é justamente pesquisar soluções possíveis na cidade e região em que vivemos ou atuamos e procurar materiais acessíveis que dessem o mesmo efeito de holografias mais caras. A pesquisa é necessária no desenvolvimento de projetos, especialmente naqueles em que envolvemos tecnologia e pedagogia”.

Segundo Alberto Rodrigues, a criação de projetos como esse que podem contribuir efetivamente para um mundo melhor é de missão cumprida.

“Quando conseguimos desenvolver e realizar projetos que dá frutos e possibilita a transformação de um indivíduo para um mundo melhor, faz com que a gente se sinta, de alguma forma, importante na vida de alguém. O sentimento maior é de missão cumprida e de que é possível com motivação realizar novos projetos de qualidade mesmo em uma escola que é pública”, finaliza. (Fonte: G1)

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