Protocolo internacional para limpeza de óleo nas praias traz alertas para 4 situações enfrentadas no Nordeste

No Grande Recife, Praia do Paiva passa por limpeza, nesta segunda-feira (21), após ser atingida por óleo — Foto: Oton Veiga/TV Globo

A Federação Internacional de Poluição por Petroleiros (ITOPF, na sigla em inglês) tem um guia público de boas práticas para a limpeza de locais contaminados. O órgão já atuou em mais de 800 vazamentos causados por navios em 100 países diferentes nos últimos 50 anos.

A federação foi procurada pelo Brasil por intermédio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) após surgirem as manchas de óleo que poluem as praias do Nordeste. Desde 30 de agosto, mais de 200 locais foram afetados pelas manchas. O balanço mais recente, divulgado pelo Ibama em 28 de outubro, aponta 254 localidades.

O ITOPF enviou pelo menos três técnicos para o país. Apesar da parceria, ações de limpeza realizadas na costa brasileira não seguem os protocolos indicados pela entidade em pelo menos quatro pontos (leia mais sobre cada ponto abaixo):

  1. Contato com o óleo;
  2. Descarte dos resíduos;
  3. Óleo boiando no mar;
  4. Corais e mangues.

Questionado pelo G1, o diretor do ITOPF disse que foram feitos manuais com as recomendações em português. Esses guias foram distribuídos para a Marinha e o Ibama, que repassariam as informações a autoridades municipais e estaduais. A reportagem solicitou acesso aos manuais distribuídos no Brasil, mas não obteve retorno.

No entanto, há relatos de locais onde falta equipamento para todos os voluntários, que também não recebem instruções de como deve ser feita a limpeza. Segundo o diretor técnico da federação, a limpeza manual é a mais indicada para o caso das manchas de óleo no Nordeste.

“A melhor técnica aqui é a limpeza manual, para ser seletivo e reduzir o dano ambiental, considerando a natureza do óleo e dos substratos contaminados. Máquinas como tratores podem ser usadas onde for possível, mas é preciso levar em consideração os possíveis efeitos no meio ambiente, inclusive em ninhos de tartarugas”, diz Richard Johnson, diretor técnico do ITOPF.

O G1 entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente, que não comentou as ações de limpeza e as orientações repassadas a grupos de ativistas até o momento. Em comunicados públicos, o governo fez alertas para o uso de equipamentos de proteção individual.

(G1/BA)

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