Receita Federal apreende R$ 819 mil em Mounjaro, medicamento usado para emagrecimento

Remédio tem sido trazido ilegalmente para o Brasil e escondido na cintura, calças e meias

Foto: Reprodução/ Youtube

A Receita Federal já apreendeu, entre 2023 e o início de 2025, cerca de R$ 819 mil em Mounjaro, totalizando 306 frascos da caneta injetável usada para controle da diabetes, mas que tem sido amplamente procurada para emagrecimento.

Apenas este ano, foram confiscados R$ 106,5 mil do medicamento, segundo dados obtidos pela coluna de Guilherme Amado, do portal PlatôBR.

O órgão informou que passageiros tentam entrar no Brasil com o remédio escondido ao redor da cintura, dentro das calças, cuecas ou meias, mas acabam sendo barrados nas revistas alfandegárias.

Produzido pelo laboratório Eli Lilly, o Mounjaro já recebeu autorização para fabricação no Brasil, mas a empresa ainda não definiu quando iniciará a produção. No exterior, o preço do medicamento é alto: nos Estados Unidos, a Amazon vende por US$ 1.900, e a estimativa é que no Brasil o valor chegue a R$ 4 mil.

Com tirzepatida como princípio ativo, o Mounjaro foi desenvolvido para tratar diabetes tipo 2, mas ganhou popularidade pelo seu efeito emagrecedor, sendo chamado de “Ozempic dos ricos”. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou que o medicamento está registrado no país apenas como antidiabético e deve ser usado como complemento à dieta e exercícios físicos.

Além disso, o remédio tem sido alvo de polêmica no meio político. Desde o fim de 2023, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tem presenteado eleitores com o medicamento. Durante a eleição do Congresso, em 1º de fevereiro, Flávio Bolsonaro afirmou ter recebido uma caneta do senador, enquanto outros parlamentares, como Ciro Nogueira, teriam adquirido o remédio no exterior.

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