O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que “ninguém discute a necessidade da reforma da Previdência”. As informações foram publicadas pela coluna Painel, no jornal Folha de São Paulo, neste sábado (8).
Segundo a publicação, a equipe do petista fez estudo sobre o impacto do projeto do governo Bolsonaro. No levantamento, foi constatado que alguns pontos oneram as contas estaduais. Rui defende uma reunião com o relator da reforma, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), para levar o raio-x e as demandas. “Dizem que a capitalização é um bode na sala. Se é bode, passou da hora de tirar. Se demora, o cheiro fica.”
A proposta da reunião será levada ao Fórum de Governadores, que reúne os chefes dos 26 estados e do Distrito Federal, na terça-feira (11).
De acordo com o jornal, o estudo mostra, por exemplo, o impacto da reintrodução da paridade para agentes penitenciários e policiais, dando aos inativos o direito a reajustes concedidos à ativa. “Isso, sim, é ideologia. Como o governo tem esse viés policialesco, faz esse aceno. Mas policiais são a maior parte do déficit dos estados. Isso nos onera.”
Pelos números da equipe do governador, “na hipótese mais otimista”, a reforma do ministro da Economia Paulo Guedes, tal como está, renderia economia de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões à Bahia. “Representa pouco mais de 10% do meu déficit deste ano”.
Ainda de acordo com o jornal, o petista afirmou que fez o que podia fazer para ajustar as contas. Instituiu previdência complementar em 2015 e aumentou a alíquota de contribuição. “Mas não tenho como defender para o povo da Bahia mudança no BPC, na aposentadoria rural.”
“O governo precisa saber que esse dinheiro, no Nordeste, movimenta a economia. A feira, o comércio.” Ele ainda critica o método de convencimento da equipe de Bolsonaro. “Esse negócio de ‘só vou dar dinheiro para quem votar com a Previdência’ me afasta. Não vou negociar moeda com a vida do povo. É constrangedor”.
Na noite desta quinta-feira (6), nove governadores do Nordeste, entre eles Rui, divulgaram uma carta conjunta direcionada à Presidência da República a respeito do projeto de Reforma da Previdência.
No documento, intitulado ‘Há um só Brasil que é de todos os brasileiros’, os governadores reconhecem a necessidade de reformas da previdência, tributária e política, mas destacam que “há divergências em pontos específicos a serem revistos, como nos casos do Benefício de Prestação Continuada e da aposentadoria dos trabalhadores rurais que, especialmente no Nordeste, precisam de maior atenção e proteção do setor público”. (Metro 1)