O delegado Dr. Adilson Bezerra, titular da 4ª Coorpin, responsável pela investigação do assassinato do garoto Miguel Pita de apenas 4 anos, e da tentativa de feminicídio sofrida pela professora Manuela Silva Costas Martins, 29 anos, falou em entrevista ao Voz da Bahia sobre o estado mental do autor do crime, o estudante de Direito Edilton Júnior. O caso aconteceu no último sábado (12) na Rua Sergipe, bairro Alto Sobradinho, no município de Santo Antônio de Jesus. Ainda segundo o investigador, foi aplicado 20 facadas no menor (saiba mais aqui).
Dr. Adilson comentou como foi seu primeiro contato com o acusado no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus após o crime, onde o acusado não demonstrou arrependimento, “fui pessoalmente no hospital para conversar com Edilton, ele falava de forma pausada e com voz baixa, mas concatenado, com ideias lógicas. Ele não demonstrou remorso em nenhum momento, pelo contrário, demonstrava frieza. Ele nos afirmou que tentou matar a Manuela por conta de traição. Ao questioná-lo sobre como descobriu essa suposta traição, Edilton não soube me responder. Ele pegou a faca, foi até o banheiro onde Manuela se banhava e cometeu esses crimes bárbaros. Quando perguntado sobre o pequeno Miguel, vítima indefesa, ele se limitou a dizer que ele estava chorando muito”, falou.
Cena do Crime:
O delegado comentou sobre o estado da casa após todos serem levados ao hospital, e o que a perícia conseguiu descobrir sobre o caso, “eu solicitei uma perícia no local do crime, a qual acompanhei com os peritos para entender a dinâmica do crime. Nós vimos que o crime iniciou no banheiro, passou pelo o corredor tinha pisadas da Manuela e marcas de sangue, o que nos faz acreditar que ela correu e o acusado correu atrás continuando a deferir golpes. Ela foi até a janela, recebeu mais um golpe mais profundo e pulou do primeiro andar. Na sala principal da residência havia uma possa muito grande de sangue, o que nos fez crer que foi ali a morte da criança, onde todas as facadas foram dadas no mesmo local. Fizemos uma busca na casa para ver se havia remédios ou provas de alguma consulta psiquiátrica, além de entorpecentes. Encontramos uma pequena quantidade de maconha, mas não acho que maconha seja suficiente para causar transtornos que causaria o crime. Encontramos algumas receitas relacionadas a um problema de circulação nas pernas e coluna, mas nada sobre questões psiquiátricas”, disse.
Sobrevivência de Manuela:
O delegado Adilson afirmou que ao retornar para o hospital para ouvir Manuela, teve certeza de que os dados colhidos pela perícia estavam corretos, “voltei ao hospital para ouvir a vítima sobrevivente, a Manuela, que estava já para ser transferida para Salvador. Quando falamos com ela, percebi que aquilo que tínhamos observado na perícia tinha confirmação por ela. Me acrescentou que estava se relacionando com Edilton a um ano e meio, falou que era professora e que durante esse período, nenhum momento ele demonstrou agressividade, a não ser discussões normais de casal. Manuela afirmou que se relacionaram sexualmente no período da tarde e foram tomar banho, quando ele começou a falar que ela estaria o traindo. Ela negou, ele insistiu, pegou a faca, se aproximou com a faca escondida e chegou perto para aplicar o primeiro golpe, mas Manuela segurou a faca sendo ferida. Ela saiu correndo para a janela, e escutou o choro do filho, quis voltar para socorre-lo, quando levou um último golpe mais profundo. Ela pulou para salvar sua própria vida, mas o pequeno Miguel ficou chorando, foi quando Edilton o pegou”, contou.
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Reportagem: Voz da Bahia