SAJ: Para coibir avanço da Covid, Secretário de Saúde pode pedir a força policial que esvazie a Praça Padre Mateus no domingo

Secretário de Saúde, Dr. Leonel Cafezeiro / Foto: Voz da Bahia

Nesta segunda-feira (25), o Secretário Municipal de Saúde de Santo Antônio de Jesus Dr. Leonel Cafezeiro esteve na Live do Programa Meio-Dia e Meia do Voz da Bahia e falou sobre projetos futuros entre outros assuntos relacionados a sua pasta diante da Covid-19.

Dr. Leonel reforça ao apresentador Marcus Augusto, que seu principal papel é oferecer uma saúde de qualidade ao município e trabalhar com pessoas que não só tem o conhecimento e sejam competentes, mas que tenham compromisso de fazer uma boa gestão.

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  • Marcus: Qual o critério utilizado para promover a vacinação?

Dr. Leonel: Recebemos o total de 2.900 doses da vacina contra a Covid-19 e essa quantidade não é nem a metade do que nós esperávamos para o cumprimento desta primeira etapa. Nós sabemos que o programa nacional de vacinação do Ministério da Saúde dividiu em quatro etapas e nós não temos doses suficientes para cumprir toda a primeira. Sabemos que nesta primeira etapa inclui as pessoas com 60 anos ou mais, que estejam abrigadas em asilos. As pessoas que trabalham na área de saúde dando preferência às pessoas que estão na linha de frente e depois que terminar, a gente vacina os outros profissionais de saúde que poderão ocasionalmente está em contato com pessoas contaminadas e em seguida nós vamos vacinar as pessoas que tenham 75 anos ou mais e eu espero que com essa leva a gente já comece pelo menos nesse grupo, mas o importante é que, nós estamos vacinando e estamos recebendo e que venham mais vacinas mesmo em uma pequena quantidade, mas que venham sempre ao ponto da gente chegar e consegui vacinar toda a população

  • Marcus: Qual plano de contingenciamento para Covid-19?

Dr. Leonel: Hoje eu passei em frente a Caixa Econômica e me deparei com uma população aglomerada e muitas delas sem máscaras, isso é muito perigoso. Nós elaboramos um decreto avaliado por muito pessoas como frouxo, mas a gente precisa manter a vida normal das pessoas, então a gente pede aos cidadãos que colaborem, porque se não a gente vai ter que tomar medidas drásticas. Domingo à noite por exemplo, a Praça Padre Mateus estava parecendo dia de festa, por isso pedimos a Batalhão de Polícia que esvazie a Praça Padre Mateus, nós não vamos colocar a vida das pessoas em risco por causa de alguns irresponsáveis.

  • Marcus: O senhor acredita em tratamento precoce da Covid-19?

A cloroquina ou a hidroxicloroquina já estão praticamente afastada desse protocolo, porque é uma medicação que oferece risco a saúde e como ainda não temos certeza da ação dela, ela já não está mais incluída nesses protocolos. Mas por exemplo a Azitromicina e a Ivermectiva que não tem nenhuma ação colateral, seria, mas apesar de não ser aprovada 100%, mas eu vou tirar o exemplo por mim, na hora que eu sentir que estava com Covid-19, eu tomei sim, e acho que como a gente não tem a medicação que não seja 100%, vamos usar aquele recurso que estão disponíveis. Eu tenho discutido isso com aqueles médicos que acham que não devem tomar e acredito que aqueles que alcançaram a forma mais grave da doença, com certeza não tomaram essas medicações.

  • Marcus: Já estão sendo colocados em prática o protocolo da Ivermectiva, Azitromicina… do vereador eleito Dr. Gil Couto (PSDB)?

Dr. Leonel: Como não é uma prática 100% aceita, e não é algo pacifico entre o Ministério da Saúde e a vigilância sanitária, nós não podemos obrigar qualquer médico que esteja de plantão nas unidades de saúde a prescrever esse medicamento, fica a critério do médico e isso, olhando no ponto de vista ético, então é da responsabilidade dele qualquer tipo de prescrição, naturalmente que nós, às vezes, recomendamos, mas fica a critério, porque não podemos obrigar os médicos a determinar.

  • Marcus: Quando começa a funcionar os 10 novos leitos de UTI Covid-19 da Santa Casa?

A Santa Casa já tem o espaço e já tem os leitos, só falta os aparelhos. Eu fiz o oficio ao Secretario de Saúde do Estado e ainda não obtive a resposta que ele credenciaria esses leitos. Nós poderíamos fazer uma parceria entre o Estado e Santa Casa para comprarmos esses aparelhos. É preciso que o Estado tenha sensibilidade para isso, porque o município não pode arcar com o custeio desses aparelhos, podemos comprar, mas não podemos custear. Um leito de UTI Covid é caro, então, o Estado precisa se comprometer. Ainda há uma questão sobre os leitos da UTI, porque se a gente conseguir abrir esses 10 leitos, a gente precisa de pelo menos de 8 leitos de enfermaria, por que esses pacientes não podem sair da UTI e ir para casa, eles precisam passar pela enfermaria e como não dispomos dessas enfermarias, então nos propusemos de instalar uma UTI para casos clínicos nesse espaço que a Santa Casa disponibilizou e transformar leitos clínicos no Hospital Regional, ampliar de 5 para 15 o número de leitos para Covid-19.

  • Marcus: Na semana passada os leitos da UTI-Covid já haviam tomado 100% das suas ocupações em Santo Antônio de Jesus como o senhor nos havia divulgado. Qual estratégia o município tem para resolver esse problema?

Dr. Leonel: Nós temos 5 leitos. Para Santo Antônio de Jesus é pouco, imagine para a região inteira? Nós precisamos de pelo menos 15 para evitar que essas pessoas sejam frequentemente transferidas para Salvador, então, nossa estratégia é criar mais leitos, por isso espero que o secretario se sensibilize com isso, porque essa é a solução, ampliar o número de leitos da cidade.

  • Marcus: Quanto é que custa o orçamento da saúde de Santo Antônio de Jesus e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) mensalmente?

Dr. Leonel: O orçamento da Secretaria de Saúde total gira em torno de um pouco mais de R$ 5 milhões e meio. A UPA tem um gasto por mês de R$ 500 a 600 mil reais. Existe a UPA da Urbis 3 e a UPA que atende só Covid e que funciona ali na Policlínica Municipal

  • Marcus: Quantas Unidades de Saúde da Família possui Santo Antônio de Jesus?

Dr. Leonel: Nós temos Unidades de Saúde de uma maneira geral, mais de 60. Nós temos Unidade de Saúde estratégia da família que é em torno de 30 e temos as Unidades Básicas de Saúde que não são da estratégia de Saúde da Família. Temos Cerest (Centros de Referência em Saúde do Trabalhador); UPA; UPA-Covid; SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência); os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) que são 3. E assim por diante, nós temos realmente muitas Unidades de Saúde para dá atenção e isso é muito difícil de administrar. Para que a gente administre bem, tem que acima de tudo montar uma equipe, boa, competente e comprometida.

  • Marcus: Como está sua relação com o Conselho Municipal de Saúde?

Dr. Leonel: Muito Boa. Já houve uma plenária, uma reunião da Mesa do Conselho comigo, alinhamos tudo e vou usá-lo no bom sentido, para que me ajudem na gestão, porque o Conselho é um órgão fiscalizador e é um órgão que dá sugestão, por isso eu disse a eles que me incomodem sem medo, porque eu vi os conselheiros à vontade de ajudar a qualquer problema que nós tivermos, vamos resolver. Hoje o Conselho tem 24 titulares e 24 suplentes, todos devem estar de olho no que deve ser equívoco na área da saúde, e já que só tenho 2 olhos, eu vou usar os 48 para estarem lá fiscalizando comigo.

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Reportagem: Voz da Bahia

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