Salvador: Médico acusa colega de se recusar a receber assistência em caso de idosa; paciente morreu

Foto : Divulgação/ Sesab

O médico Max Wesley Andrade Silva denunciou ao programa Jornal da Bahia no Ar com Mário Kertész, da Rádio Metrópole, na manhã de hoje (24), que um colega do Hospital Ana Nery teria se recusado a atendê-lo enquanto assistente do caso de uma idosa de 88 anos.

A paciente acabou morrendo ontem (23), depois de dar entrada na unidade médica e ser submetida a um cateterismo que, segundo Max, não seria procedimento indicado para ela. 

Procurada pelo Metro1, a assessoria da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que o caso será levado à Corregedoria da pasta, que vai apurar a situação e avaliar as medidas cabíveis, do ponto de vista institucional.  

Max conta que a idosa, Wilcinete Valverde Argolo, que é mãe do seu cunhado, foi regulada para o Hospital Ana Nery depois de ter um infarto e ser atendida no Hospital Ernesto Simões. 

O médico assistente tentou localizar o colega que iria ser responsável pelo caso da idosa, enquanto ela ainda era transferida para o Ana Nery, mas quando a equipe procurou o profissional, pelo telefone, ele avisou que não iria atendê-lo. Ainda assim, Max foi localizar o colega pessoalmente e o encontrou no hospital. 

“Ele falou: quem autorizou você de entrar? Daí em diante, na frente de todo mundo. Eu com meus cabelos brancos, mais de 30 anos de medicina, nunca fui tão maltratado”, reclama o médico assistente. 

Depois que a paciente chegou, ela foi encaminhada para a hemodinâmica e foi submetida ao procedimento de cateterismo.

 “Ela não poderia fazer cateterismo, mas fez cateterismo e veio a óbito. Eu tinha as informações de que ela não deveria fazer cateterismo. Ela veio a óbito e a culpa não foi da hemodinâmica. Ele recebeu o paciente sem as informações do médico assistente, que sou eu. A família está toda abalada, porque eles nem foram consultados se ela deveria ou não fazer cateterismo”, diz Max.

O médico assistente ainda afirmou que pretende representar o colega no Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).

“Não sei em que país estamos, onde a ética o amor a vida foram embora e temos que passar por isso”, desabafou. 

(Metro1)

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