Santa Casa presta esclarecimentos na Câmara de S. A. de Jesus após denúncia de desassistência médica

A Santa Casa enfatizou que muitos casos são agravados pela ausência de pré-natal adequado

Foto: Reprodução / Youtube

Na sessão da Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus realizada na segunda-feira passada (14), a Santa Casa de Misericórdia Hospital e Maternidade Luiz Argolo foi acusada por uma desassistência médica pelo marido de uma das pacientes da maternidade, João Guilherme Bittencourt.

Na sessão desta terça-feira (22), uma equipe da instituição foi reunida na Câmara de Vereadores para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido, bem como acusações a cerca do ínidice de mortalidade neonatal e materna.

Segundo o ginecologista, Marcos Vinícius Ribeiro, a esposa do senhor João deu entrada na unidade no dia 8 de março e optou por cesariana, conforme previsto em lei a partir de 39 semanas de gestação. O parto ocorreu sem intercorrências iniciais, mas, posteriormente, ela apresentou um quadro de íleo paralítico, condição pós-operatória que afeta o funcionamento do intestino.

“Ela foi assistida por toda a equipe, inclusive por mim. O quadro evoluiu e, com o agravamento clínico, foi transferida para a UTI e, depois, ao Hospital Regional, onde foi diagnosticada com uma laceração de bexiga, uma complicação possível em cesarianas, especialmente em mulheres com histórico de cirurgias”, afirmou o médico.

A diretora assistencial da Santa Casa, Núbia, também usou a tribuna para rebater críticas sobre as condições de trabalho da equipe médica. “Nossa escala já prevê períodos de descanso diurno e noturno conforme a lei. Em plantões mais tranquilos, inclusive, há repouso maior do que o estipulado”, disse.

Durante a sessão, a direção da Santa Casa apresentou dados sobre os índices de mortalidade da unidade. Entre julho e dezembro de 2024, foram realizadas 2.217 internações obstétricas, com 1.334 nascidos vivos, 5 óbitos neonatais (0,37%) e 16 óbitos fetais (1,20%).

No primeiro trimestre de 2025, a instituição registrou 596 nascimentos, com 5 óbitos neonatais (0,84%) e 12 fetais (1,9%). Foram dois óbitos maternos em um total de 1.071 atendimentos obstétricos, o que representa 99,8% de desfechos positivos, segundo a equipe.

“A maioria dos óbitos fetais foi de pacientes que chegaram com o bebê já sem batimentos cardíacos. Apenas dois estavam vivos na chegada e, infelizmente, um evoluiu para óbito por descolamento de placenta, e outro era um caso gemelar com complicações onde apenas um saiu vivo”, destacou a representante da instituição.

A Santa Casa enfatizou que muitos casos são agravados pela ausência de pré-natal adequado nos municípios de origem e reafirmou seu compromisso com a qualidade da assistência à saúde materno infantil.

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